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Capital

Empresa recebia até R$ 25 mil para instalar piscina, mas abandonava obra

Luana Rodrigues | 22/07/2016 12:46
Neste caso, cliente disse que pagou R$ 9,4 mil por piscina, mas empresa abandonou obra assim. (Foto: Arquivo Pessoal)
Neste caso, cliente disse que pagou R$ 9,4 mil por piscina, mas empresa abandonou obra assim. (Foto: Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil de Campo Grande investiga uma empresa de reformas e construção de piscinas que teria aplicado golpes em 11 pessoas. Segundo investigações, as vítimas contratavam a empresa Casa Santa para instalar piscinas ou fazer reformas em suas casas, mas o serviço não era finalizado. Algumas pessoas ficaram com um buraco aberto no fundo do quintal, mesmo pagando R$ 25 mil para que a obra de uma piscina fosse executada.

Conforme a delegada que investiga o caso, Daniela Kades, a maioria das vítimas contratava a empresa pelo Facebook. Na página, eles ofereciam condições especiais e preços atrativos para a instalação das piscinas. “Depois de convencer a vítima a depositar parte do dinheiro, eles começavam o serviço, mas depois de alguns dias abandonavam a obra”, explica Kades.

Foi exatamente o que aconteceu com o técnico de informática, Jeferson Cunha, 44 anos. “Minha esposa viu o anúncio na internet e decidimos contratar. Como estava muito atarefado, nem pensei em buscar mais informações sobre a empresa”, disse.

Jeferson afirma que pagaria R$ 12,5 mil, para que o serviço fosse concluído em 40 dias. O suspeito levou o contrato até a casa dele, mas o documento não foi assinado, porque o cliente pediu que algumas cláusulas fossem alteradas. Mesmo sem a assinatura, ele depositou R$ 6,3 mil para o homem. Três dias depois disso, Jeferson conta que a obra começou na casa dele.

Mas a execução do serviço não durou nem cinco dias. “Começou com três homens trabalhando, cinco dias depois vinha só um, e quando fui ver não vinha mais nenhum. Com 15 dias comecei a correr atrás deles e descobri o golpista”, conta.

Jeferson e outras seis pessoas procuraram a advogada Cassyana Fontoura Rocha, que entrou com o pedido de abertura de inquérito na Polícia Civil e reunião de todos os processos, para que tenham mais peso quando chegarem à Justiça.

A delegada afirma que além dos clientes de Cassyana, outras cinco pessoas já registraram denúncia na polícia contra a mesma empresa. Os depósitos feitos pelas onze vítimas variam de R$ 6 mil a R$ 25 mil.

Ainda conforme a delegada, o dono da empresa, Elieser de Eliseu Simões de 35 anos, e a esposa dele, que não teve a identidade divulgada, já foram intimados a prestar esclarecimentos, mas faltaram ao depoimento marcado para o início desta semana.

Só a mãe do suspeito, dona da conta em nome de quem os depósitos eram realizados, é que foi até a delegacia. Em depoimento, a mulher disse que não sabia que o filho aplicava os golpes, conforme a investigação, e que só emprestou a conta para os depósitos.

Outro lado – O Campo Grande News entrou em contato com Elieser, que se defendeu dizendo que sempre cumpriu os contratos referentes aos serviços que prestava, e para provar isso, tem cópias de todos os documentos.

Segundo o empresário, o que acontecia era que alguns clientes queriam que a empresa executasse serviços além do combinado, sem pagar por eles. “A gente já cobrava barato para entregar o serviço certinho e no prazo, ai eles inventavam outros serviços, que dava para fazer sem que pagassem mais”, disse Simões.

Sobre a falta ao depoimento, Elieser disse que a única intimação que ele e a esposa receberam foi para depor na semana que vem, portanto não faltou a nenhuma convocação.

Ainda não há prazo para o fim das investigações, mas de acordo com a polícia, o dono da empresa, a esposa, e a mãe dele, podem ser indiciados por estelionato. Elieser já responde por outros crimes na Justiça. 

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