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Capital

Empresário eleva custos e paga até três vezes mais por passagens

Lidiane Kober e Luciana Brazil | 16/09/2013 17:53
Usuários do aeroporto estão pagando mais caro para viajar e perdem tempo com a redução de voos diretos (Foto: Marcos Ermínio)
Usuários do aeroporto estão pagando mais caro para viajar e perdem tempo com a redução de voos diretos (Foto: Marcos Ermínio)

A suspensão de voos noturnos, desde 1º de setembro, no Aeroporto Internacional de Campo Grande, está refletindo negativamente no bolso de empresários sul-mato-grossenses. Segundo eles, em alguns trechos, o preço da passagem chegou a triplicar e, por falta de voos noturnos, os funcionários são obrigados a permanecer fora da cidade e gastar com hospedagem e alimentação.

“Complicou a vida de todo mundo, além de gastar mais, é difícil conseguir voos diretos e a gente perde tempo vagando nos aeroportos pelo país”, disse o presidente da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul), Edison de Araújo.

Como exemplo, ele citou viagens a São Paulo, um dos destinos mais requisitados dos empresários. “A gente não consegue voo direto para lá, é preciso passar antes por Brasília ou por Campinas (SP)”, relatou. “E para piorar a situação, o preço da passagem triplicou. Antes, ida e volta gastava entre R$ 300 a R$ 400, agora está difícil comprar por menos de R$ 1,2 mil”, emendou. “E olha que a passagem é só para o dia 27”, concluiu a fim de esclarecer que não deixou para reservar de última hora o bilhete.

Responsável pela compra de passagens a colaboradores de empresa de tecnologia, a auxiliar administrativa Fabiana Daga reforçou a dificuldade de conciliar horário de trabalho com os voos e o encarecimento dos gastos. “Por causa do fechamento do aeroporto, as despesas com hotel e com passagens aumentaram muito”, informou.

De acordo com Fabiana, o último horário de São Paulo para Campo Grande é às 14 horas e a outra opção é sair de Campinas, às 16h40. “Mas a pessoa precisa pegar um ônibus de São Paulo para Campinas e corre o risco de perder o voo, já que o trânsito de São Paulo é horrível”, comentou.

Antes da suspensão dos voos noturnos, os colaboradores da empresa saiam de madrugada e voltavam à noite. “Agora, eles precisam sair um dia antes e voltar um dia depois, já que não dá tempo de trabalhar até o horário do último voo que vem para Campo Grande”, frisou. Para chegar ao Rio de Janeiro, o problema é o mesmo, contou.

Ela também observou aumento significativo no preço das passagens. “Se comprasse as passagens com 10 ou 15 dias de antecedência para qualquer um dos dois destinos, pagava em média de R$ 200, agora, se comprar antes, pago entre R$ 300 a 500”, relatou. “Mas, se quiser comprar para esta semana, vou pagar entre R$ 800 e 900, cada trecho”, completou.

Os correios e usuários também estão sentindo na pele o problema. Por não conseguir atender o prazo de entregar os Sedex 10 até às 10h da manhã, o serviço foi suspenso no caso de mercadorias de fora de Campo Grande. Segundo a assessoria de imprensa, por dia, chegavam em média à Capital 140 objetos.

Sem previsão – Prevista para começar em primeiro de setembro, as obras na pista do aeroporto de Campo Grande ainda não iniciaram por causa de erro na planilha da licitação. A falha, inclusive, encareceu o serviço em R$ 600 mil, totalizando investimento de R$ 12,7 milhões.

Apesar de não sair do papel, a obra já mudou a rotina do aeroporto com a suspensão dos voos noturnos. Ao Campo Grande News, um piloto informou que a medida é desnecessária. “A pista lateral daqui tem as mesmas condições da principal, então, a reforma poderia ser feita de dia, enquanto a pista lateral seria ocupada. Neste caso, não seria necessária a suspensão de voos noturnos”, explicou.

Para o presidente da Fecomercio, a possibilidade precisava ser avaliada. “A Capital está sendo prejudicada e não entendo porque não liberam a pista lateral?”, indagou. “Cadê os nossos governantes nesta hora?”, completou. Araújo ainda manifestou preocupação com o atraso da obra. “Não tem data para começar e muito menos para terminar”, disse. A partir do início dos trabalhos, a Infraero promete entregar a pista pronta em 240 dias.

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