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Capital

Enersul acaba com “gato” e moradores de favela fecham ruas

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 11/09/2014 16:29
Moradores bloqueiam cruzamento e fecham o tráfego em duas ruas do Morada Verde (Foto: Marcelo Victor)
Moradores bloqueiam cruzamento e fecham o tráfego em duas ruas do Morada Verde (Foto: Marcelo Victor)

A Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) acabou, ontem, com os “gatos” e os moradores da Favela Portelinha, no Bairro Morada Verde, na saída para Cuiabá, decidiram bloquear o cruzamento da Avenida Heráclito Figueiredo, prolongamento da Avenida Ernesto Geisel, com a Rua Pintassilgo. Além do bloqueio, eles ameaçam invadir as casas da Emha (Agência Municipal de Habitação).

Por volta das 16h de hoje, cerca de 100 pessoas bloquearam o tráfego de veículos na avenida e na rua com pedaços de paus, sofás velhos e bicicletas. A energia elétrica foi cortada ontem.

Os moradores estão revoltados porque a Prefeitura Municipal de Campo Grande se comprometeu a manter a energia no local até a transferência das famílias para as casas da Emha. No entanto, as obras atrasaram e a transferência dos moradores da favela para o novo conjunto habitacional vem sendo adiada.

Segundo a dona de casa Vânia Martins, 29 anos, a administração municipal tinha assumido o compromisso de manter o fornecimento de energia até a entrega das novas casas. No entanto, as famílias continuam na favela. A última previsão era entregar as novas moradias em 26 de agosto. Agora, elas podem ser transferidas até o fim deste mês.
Vânia ficou revoltada porque ligou na Enersul e a concessionária teria informado que eles não podem reclamar porque a ligação de luz é irregular.

“Se não resolver, vamos invadir as casas da Emha”, avisou a auxiliar de cozinha Marina do Amaral, 29, que não se conforma com o atraso na retirada das famílias do local.

O cabeleireiro Ângelo Custódio dos Santos, 65, ressaltou que muitas mulheres estão com bebês e passam por sufoco porque não tem energia elétrica para amamentar as crianças durante a madrugada.

A auxiliar de serviços gerais Rosa Duarte, 60, contou que o filho foi internado duas vezes em decorrência das precárias condições de moradia na Favela Portelinha. “Queremos o nosso direito”, afirmou.

Duas viaturas da Polícia Militar estão no local e orientam o trânsito.

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) também foi ao local para se solidarizar com os manifestantes. “A Prefeitura não poderia fazer isso e vai ter que convencer a Enersul a religar a luz das famílias”, destacou a parlamentar.

Policiais militares foram ao local para evitar tumulto (Foto: Marcelo Victor)
Policiais militares foram ao local para evitar tumulto (Foto: Marcelo Victor)
Moradora mostra que produtos vão estragar dentro de congelador após ficar sem energia (Foto: Marcelo Victor)
Moradora mostra que produtos vão estragar dentro de congelador após ficar sem energia (Foto: Marcelo Victor)
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