ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Enquanto planos cobrem 18 exames no Teste do Pezinho, SUS se limita a 7

Mariana Lopes | 13/10/2013 08:13
Luciana levou o filho Davi Lucas, de 4 dias de vida, para a o Teste do Pézinho e lamenta que o SUS tenha uma cobertura tão limitada (Foto: Marcos Ermínio)
Luciana levou o filho Davi Lucas, de 4 dias de vida, para a o Teste do Pézinho e lamenta que o SUS tenha uma cobertura tão limitada (Foto: Marcos Ermínio)

Orientado pelos médicos, o Teste do Pezinho é praticamente obrigatório fazer em todo recém-nascido, para detectar possíveis doenças, como anemia, deficiências que podem resultar em convulsões, fraqueza dos ossos, além de retardos mentais e outros problemas.

Através do sangue coletado do calcanhar do bebê, o laboratório faz uma bateria de exames de triagem das patologias. Contudo, enquanto pacientes de planos de saúde têm direito a até 18 exames, quem é atendido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) consegue apenas sete.

O atendimento público cobre apenas os exames mais básico, como TSH, T4, PKU, 17 OH Progesterona, IRT, hemoglobinas e toxoplasmose IgM.

Pela Cassems, são 16 exames e é preciso pagar uma taxa de R$ 10,50. Além dos 7 exames do SUS, o plano cobre ainda galactose, G6PD, biotinida, cromatografia, Doença de Chagas IgM, MSUD, sífilis IgM, rubéola, IgM e herpes IgM.
A Unimed cobre, ao todo, 18 exames, sendo todos do pacote da Cassems, incluindo ainda os de citomegalovírus IgM e HIV.

Fora dos planos de saúde, o mesmo pacote custa R$ 175. O mais completo, que é feito somente no particular, cobre 55 exames e custa R$ 380.

Diante de tamanha diferença, a técnica de laboratório Luciana Batista Lopes, 30 anos, mãe de primeira viagem, lamenta que o SUS tenha uma cobertura tão limitada.

“Poderia ser melhor, me sinto prejudicada, pois não tenho condições de pagar o preço do pacote completo, afinal, é a vida do meu filho”, reclama Luciana, mãe do pequeno Davi Lucas. Ela levou o filho para fazer o Teste do Pezinho com 4 dias de vida.

De acordo com a responsável do posto de coleta do Iped (Instituto de Pesquisa, Ensino e Diagnóstico) da Apae, Franciely Armada, o laboratório recebe, em média, 50 coletas por dia, de todo o Mato Grosso do Sul, para fazer os exames do teste do Pezinho, sendo a maioria de pacientes do SUS.

Segundo o presidente da Sociedade de Pediatria de Mato Grosso do Sul e do Conselho de Medicina do Estado, Alberto Cubel Brull Junior, o Teste do Pezinho é importante para identificar doenças raras e o percentual positivo é bem baixo, porém, se diagnosticadas com antecedência, pode evitar seqüela ou piora.

Ele explica que o SUS seleciona as sete principais doenças, cujo número de resultado positivo é maior. “O ideal é que se fizesse o mais completo em todos os bebês, mas o dinheiro do sistema público é limitado, então, dentro do custo beneficio, é uma cobertura razoável”, comenta Cubel.

Nos siga no Google Notícias