ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  20    CAMPO GRANDE 20º

Capital

Entidades de Direitos Humanos repudiam ação de PM que matou dois

Zana Zaidan | 17/09/2013 20:04

O CDDH (Comitê de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos) Marçal de Souza e outras oito entidades voltadas para a manutenção dos diretos humanos em Mato Grosso do Sul repudiam a atitude do policial militar que, no último dia 11, impediu um assalto à uma casa lotérica no Conjunto Parati, em Campo Grande. Antes que a ação fosse concluída, o PM, que estava à paisana, reagiu com tiros e matou os dois homens que tentavam cometer o crime. Os disparos foram certeiros e ninguém saiu ferido.

A ação foi considerada “um desrespeito aos Direitos Humanos” e “inaceitável”, conforme carta em que foi exposta a crítica, assinada pelas nove entidades. “Matar não deve constar nos manuais de segurança pública. Que a Polícia tenha capacidade de investigar e prender, se necessário, mas que não seja autorizada a praticar gestos de execução e tortura”, comenta o coordenador-geral do CDDH, Edivaldo Cardoso, sobre a carta.

Além do episódio na lotérica, Cardoso cita as desocupações de áreas invadidas e a forma como as manifestações populares são repreendidas nas ruas, e afirma que, segundo denúncias recebidas no Comitê, a truculência dos agentes da segurança pública é frequente. “Já pensou se todo policial colocar na cabeça que para receber uma promoção é preciso matar? Essa realidade pode se agravar”, acrescenta Cardoso, referindo-se ao fato de que o PM que estava na casa lotérica foi promovido, conforme anunciou o comandante da Policia Militar, coronel Carlos Alberto Davi dos Santos.

A carta também cobra a elaboração de um Plano Estadual de Segurança Pública e, ainda segundo Cardoso, será encaminhada para o Ministério Público Estadual. “Eles precisam acompanhar de perto a postura da Polícia. Além disso, é preciso investir mais nos trabalhadores, e valorizar aquele que se arrisca todos os dias salvando vidas, ao invés de premiar o que atira antes para perguntar depois”, acrescenta o coordenador.

Assinaram a carta junto com o CDDH o Comitê Memória Verdade e Justiça/MS, Comissão Pastoral da Terra do MS, IBISS/CO (Instituto Brasileiro de Inovações Pró-sociedade Saudável do Centro Oeste), CRJP/MS (Comissão Regional de Justiça e Paz) MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra), Comissão Permanente de Direitos Humanos " Ricardo Brandão " da OAB/MS, ONG Azul e CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

Nos siga no Google Notícias