Escorpião estava dentro de sapato de menina; aracnídeo deu três picadas
De janeiro a agosto deste ano foram registrados 109 casos de pessoas picadas por escorpiões na Capital
O escorpião que picou a menina Maria Eduarda Rissi, de 3 anos, estava escondido dentro do sapato da criança. De acordo com a família, ela estava brincando de matar bichinhos de luz no quintal de casa, no bairro São Francisco, quando pegou o sapato para bater nos insetos. Ela foi picada três vezes no dedo médio da mão direita.
Ela foi levada a UPA do Coronel Antonino, pela família, e já chegou com dores e vômito. O quadro se agravou e quase três horas depois foi transferida para o Hospital Regional. A menina morreu 18 horas depois em decorrência de um edema pulmonar, hemorragia pulmonar e parada cardíaca respiratória.
O coordenados do Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) afirma que casos graves em decorrência do veneno do escorpião amarelo começaram a ser atendidos neste ano, foram cinco ocorrências, todas em crianças. Antes eles atendiam recebiam apenas casos leves. “O último caso que eu atendi foi de uma menina de um ano e sete meses, ela recebeu soro na primeira hora e sobreviveu”, diz.
De janeiro a agosto deste ano 109 pessoas picadas por escorpiões foram atendidas no Civitox.
Ainda de acordo com ele, não há como saber se a menina sobreviveria, porque não dá para saber quanto de veneno ela recebeu e cada corpo reage de uma maneira ao veneno de animais peçonhentos. Nesses casos, a gravidade é definida nas duas ou três primeiras horas após a picada, se não evoluir depois disso, não evolui mais. “Mas eu posso afirmar que quanto mais precoce o soro, melhor”, diz.
O médico orienta que a população deve ter cuidado com os quintais e terrenos, porque esses aracnídeos se escondem em locais que têm madeiras, restos de construção, grama alta e outros entulhos. “Durante os dias eles ficam escondidos para não serem comidos por pássaros e a noite saem para comer. Quando chove eles se escondem nas casas”, diz.
Ainda de acordo com o médico, uma forma barata e prática de prevenção é jogar água sanitária nos ralos, pias e tanques. “O cheiro espanta o escorpião”, afirma.
O médico lamenta a morte da criança e diz que nunca viu tanta comoção na UTI pediátrica do hospital. “Eu nunca vi uma situação comover tanto uma equipe pediátrica como eu vi ontem com a morte dessa criança. Todos ficaram muito abalados ao ver a mãe dizendo ‘levanta minha filha, depois de amanhã é seu aniversário. A festinha já está pronta’”, contou.
Maria Eduarda faria aniversário na próxima segunda-feira e a festa já estava organizada para acontecer no próximo sábado.
