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Capital

"Estou arrependido", diz homem que atropelou menina de seis anos

Fernando da Mata e Paula Vitorino | 01/03/2012 11:56

Magno Santos atropelou garota quando fugia da Polícia no Parque Iguatemi, região do Nova Lima

Magno Santos, preso após atropelar garota de seis anos (Foto: Marlon Ganassin)
Magno Santos, preso após atropelar garota de seis anos (Foto: Marlon Ganassin)

Arrependimento é o que Magno Henrique Martins dos Santos, 28 anos, afirma sentir após ter atropelado a pequena Rayane de Amorim Piccelli Pereira, de 6 anos, durante perseguição policial no Parque Iguatemi, região do Nova Lima, em Campo Grande.

Santos está preso na 2ª Delegacia de Polícia Civil, local onde deu entrevista na manhã desta quinta-feira (1º).

“Estou arrependido, peço perdão para a mãe da criança. Só Deus pode confortar o coração deles [familiares]”, afirmou.

Magno atropelou a garota quando estava sendo perseguido por policiais civis na região e relatou a versão dele sobre o que aconteceu, negando inclusive o atropelamento proposital.

“Estava andando de moto, os caras começaram a atirar. Fiquei apavorado, perdi o controle porque estava fugindo e a rua era esburacada. Tinha cinco ou seis crianças na rua, desviei, mas acabei pegando uma”, contou Santos, alegando que a rua era estreita.

O homem justificou que não tinha como parar para prestar socorro porque estava sendo perseguido, mas nega ter passado por cima de Rayane após o atropelamento.

“Não sabia que eram policiais que estavam atirando e perseguindo. Achei que queriam me matar, não tinha como parar para socorrer a menina.” Sobre a velocidade da moto, Magno garantiu que estava a 60 km/h no máximo e que no momento do acidente, estava mais devagar. Os laudos periciais vão esclarecer toda a dinâmica do acidente.

O advogado de defesa, Marcos Ivan, contesta que houve intenção de matar e quer mudar essa especificação no inquérito.

A Polícia estava atrás de Santos para cumprir um mandado de prisão preventiva em aberto de Rio Verde de Mato Grosso, sobre uma tentativa de atropelamento proposital de um policial. Ele negou o crime.

O delegado responsável pelas investigações, Weber Luciano de Medeiros, destacou que era trabalho dos policias fazer essa perseguição e prendê-lo onde ele estivesse.

“A ação foi toda coordenada por mim, eu acompanhei tudo. Os tiros foram de alerta, para cima. Só depois do atropelamento, os policiais chegaram mais perto e atiraram contra o Magno”, enfatizou o delegado.

Sobre os detalhes da ação, Medeiros disse que começou na casa de Santos, onde policiais estavam de campana para a prisão.

“Os policiais viram moto vermelha passando, foram checar a placa e começaram a ir atrás dele. Quando ele percebeu que tinha gente atrás, fugiu. Aí começou a perseguição.”

O delegado afirmou ainda que apenas três crianças estavam na rua e que Magno tinha mais de 300 metros de visão ampla e espaço para ter desviado delas. Ou seja, a conclusão do delegado é que ele fez isso para despitar os policiais. “Não satisfeito em ter batido na menina, ele continuou e passou por cima.”

Apesar de garantir que toda ação estava sob supervisão dele, Medeiros disse que, mesmo assim, a conduta dos policiais pode ser investigada pela corregedoria.

Até agora, nove testemunhas foram ouvidas. Para conclusão do caso, faltam o depoimento de outras testemunhas, a reprodução simulada e o laudo técnico da perícia.

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