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Capital

Estradas na fronteira de MS são maior rota do contrabando no Brasil

Natalia Yahn e Luana Rodrigues | 03/03/2016 11:27
Fiscal da Receita no depósito do órgão, em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Fiscal da Receita no depósito do órgão, em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Estudo do Idesf foi apresentando hoje (3), em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Estudo do Idesf foi apresentando hoje (3), em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)

Mato Grosso do Sul tem 1,1 mil quilômetros de estradas (vicinais e rodovias) sem fiscalização para coibir o contrabando e, por isso, é considerado a principal rota dos produtos ilegais que saem do Paraguai e da Bolívia e entram no Brasil.

A conclusão faz parte do estudo “Rotas do Crime – Encruzilhadas do Contrabando”, elaborado pelo Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras), que apontou diversos problemas em relação a fronteira do Estado com os dois países vizinhos.

A fragilidade da fronteira foi confirmada no levantamento do Idesf, que apontou o Mato Grosso do Sul como uma das principais rotas para entrada de mercadorias ilegais por conta da divisa com estados consumidores como Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, além do Mato Grosso.

Enquanto o problema causou R$ 115 bi em desvio de impostos no País em 2015 – aumento de 15% em relação ao ano anterior –, a fiscalização da área de fronteira, que é principal forma de combate ao crime, é apontada como deficiente. O estudo também apontou que os altos tributos também impulsionam o contrabando, que é a importação clandestina de mercadorias estrangeiras sem o pagamento dos devidos impostos.

“Os altos tributos e a falta de efetivo para fiscalização contribui para o contrabando. Existe carência de agentes e policiais para combater o crime. Em todo o País faltam 300 mil, é um policial para cada 400 pessoas e o ideal seria 1 para cada 200”, explicou o presidente do Idesf, Luciano Stremel.

Além da extensa fronteira seca entre os países vizinhos que estão ligados diretamente ao Estado por 12 municípios – de Corumbá até Mundo Novo – outras situações dificultam e facilitam o contrabando. Stremel afirmou que a mudança nos mecanismos para realizar o contrabando, também dificulta o combate ao crime. “Antes era feito em grandes veículos, agora estão em carros menores. É mais difícil identificar”, explicou.

A percepção da população em relação ao crime também foi objeto do estudo. Muitas pessoas veem o contrabando como uma forma de não pagar impostos.

Solução – O estudo foi apresentado hoje (3), na sede da Receita Federal de Campo Grande e contou com a presença de autoridades, inclusive do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). “Temos que construir uma política de estado para a gestão de fronteira. Uma política que transcende questões partidárias para o combate do contrabando e que não ignore este prejuízo de R$ 115 bi”, afirmou.

Segundo o Idesf, o levantamento é inédito e aponta dados que podem auxiliar a demonstrar o impacto do contrabando de diversos produtos que passam pelo Estado na indústria nacional e no aumento excessivo de impostos.

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