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Capital

Ex-dono afirma que denúncia de corrupção é posterior a venda

Lidiane Kober | 11/07/2014 16:37

Proprietário majoritário de 2008 até o final de 2010 da Globaltask Gestão e Tecnologia S/A, Fabio Marcelo de Pauli afastou qualquer envolvimento com a empresa, atualmente com donos misteriosos e denunciada por corrupção em Tocantins. Única declarada habilitada, a Globaltask deve vencer licitação de R$ 868,5 mil para instalar 22 câmeras no centro de Campo Grande.

Preocupado com a possibilidade de ser relacionado com escândalos, Fábio procurou o Campo Grande News e frisou que, na primeira quinzena de dezembro de 2010, vendeu a empresa. Na época, segundo ele, não existia nenhuma acusação contra a Globaltask. O empresário ressaltou ainda que, enquanto dono, sempre conduziu à administração às claras.

Hoje, porém, o presidente da S/A, Demétrio Elias Eleftherion, faz mistério sobre o nome dos empresários que estão por traz da Globaltask. Desde que a empresa foi vendida, ele é o presidente da Sociedade Anônima e não revela o nome do seu chefe.

Questionado sobre para quem vendeu a empresa, Fábio informou ter assinado um contrato com a obrigação de manter sigilo a respeito da negociação. A quebra do acordo inclui pagamento de multa altíssima.

Ele até começou os trâmites para a Globaltask executar projeto, orçado em R$ 17,2 milhões, para implantar internet banda larga gratuita em sete municípios do Tocantins. O programa, segundo denúncia de empresários do Estado, contém inúmeras irregularidades, desde a licitação ao contrato de execução.

Fábio reconheceu que apresentou proposta para participar do negócio, mas não executou o serviço. Justamente no período de implantação, ele efetivou a venda da empresa, após receber proposta irrecusável. Conforme noticiários de Tocantins, as denúncias de corrupção vieram à tona no início de 2012.

O empresário admitiu que acompanhou o caso e frisou que nada foi encontrado contra o projeto. “O TCU (Tribunal de Contas da União) e a Polícia Federal investigaram as denúncias e não encontraram nada, tanto que a nova gestão da Globaltask executou todo o programa”, frisou. Para ele, as denúncias surgiram porque empresários locais, supostamente acostumados a vencer todas as licitações do setor, sentiram-se ameados e tentaram manchar o projeto.

Sobre o fato de assinar, em 28 de dezembro de 2010, a transformação da microempresa em S.A., apesar de já ter a vendido, Fábio explicou que o pagamento foi parcelado e, enquanto não recebeu todos os pagamentos, por cautela, não transferiu os dados. Isso só ocorreu no final de março de 2011. “Mas desde o início de dezembro de 2010, já não respondia pela empresa”, reforçou.

Hoje, segundo o presidente da S.A., a sede da Globaltask fica em Cuiabá e conta com oito funcionários. Demétrio disse que a empresa tem experiência para atuar em “toda a parte digital”, com serviços de monitoramento, infraestrutura de sistema, de inteligência e de redes.

A licitação - A licitação 56/2013 para compra de câmeras de segurança que serão instaladas no Centro de Campo Grande teve nova etapa na segunda-feira (7), após seguidos questionamentos. A empresa Globaltask Gestão e Tecnologia S/A foi declarada habilitada para fornecer os equipamentos.

Porém, a Num do Brasil Comércio de Material Eletrônico Ltda cogitou apresentar recurso por não concordar com o parecer técnico do IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação), que desclassificou a proposta. A Globaltask apresentou preço de R$ 868.530,26. A proposta é R$ 1,74 abaixo do teto da licitação: R$ 868.532,00.

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