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Capital

'Excesso de demanda' no fim de semana atrapalhou atendimento

Christiane Reis e Luana Rodrigues | 26/09/2016 13:36

O excesso de demanda para atendimentos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o que é “padrão em território nacional nos finais de semana”, foi a justificativa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para o episódio que culminou na morte de Libertino Luiz de Moura, de 85 anos, no domingo (25). Ele esperou por sete horas uma ambulância para que fosse transferido da Unidade Básica de Saúde do Aero Rancho para o Hospital Universitário.

Segundo a Sesau, o paciente deu entrada na unidade às 13h33 com histórico de diabetes e hipertensão. “Ocorre nos finais de semana excesso de demanda em função de traumas e outros vários fatores e que extrapolam os limites de prevenção médica”, conforme a nota da secretaria.

Ainda segundo a Sesau, no dia e horas em questão, o Samu atendeu 110 ocorrências e 133 atendimentos primários. Houve inclusive, um atendimento de jovem, do sexo feminino, que promoveu autoenforcamento e motivou o atendimento por médico da regulação.

Sobre o caso do idoso, que acabou falecendo a Sesau completou que, “o paciente em questão foi atendido e diagnosticado e a família foi informada – em primeiro momento – que poderia ser transferido por meios próprios. No entanto, após o período de tempo em que a equipe médica executava a estabilização, o paciente sofreu uma primeira parada cardíaca”.

A Sesau informou que diante da ocorrência de óbito ou qualquer atendimento que resulte em dúvidas quanto à qualidade de aporte aos pacientes, a Secretaria “procede a uma sindicância para apuração dos fatos. Lamentamos o ocorrido e prestaremos todas as informações que os familiares julguem necessárias”, conforme a nota.

Dados – Segundo a Sesau, o Samu de Campo Grande possui 11 viaturas, sendo oito básicas e três Unidades Avançadas, todas estavam operantes durante o ocorrido. A média de atendimento por caso de cada viatura demanda 1h30, entre deslocamento até o paciente, socorro, deslocamento ao destino de atendimento (hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento), readaptação (limpeza, higienização – por vezes há sangramento) e retomada de atendimentos.

A quantidade de viaturas atende plenamente ao estabelecido pelo Ministério da Saúde (população x viaturas). Entre às 16 horas de sextas-feiras e anoitecer dos domingos, o número de ocorrências se eleva além do normal, motivado por acidentes, traumas esporádicos, atendimento por solicitação de ocorrências policiais, acidentes domésticos, entre outros.

O caso – De acordo com a família, Libertino Luiz de Moura começou a passar mal ainda na manhã de domingo (25), quando estava em casa, ocasião em que a família recebei o primeiro “não” de um atendente do Samu. “Ligamos e a pessoa que atendeu ficou conversando por cerca de 20 minutos, até dizer que não tinha ambulância para enviar, que estavam todas ocupadas com coisas mais graves, coisas mais graves?”, questiona o fotógrafo David Mantovani, 30 anos, neto da vítima.

Depois da negativa a família chamou um táxi para transportar o idoso até a unidade do Aero Rancho, onde já chegou desmaiado, mas foi reanimado duas vezes pelo médico plantonista.

O mesmo médico, segundo a família, disse que o idoso precisava ser transferido para o HU, por conta da gravidade da situação, mas que não estava conseguindo uma ambulância. “Ele era forte, mas já tinha histórico de infarto. O médico disse que se ele tivesse sido transferido antes, não teria morrido”, acredita o fotógrafo.

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