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Capital

Exército apresenta rede de comunicação que auxilia no combate ao crime

Flávia Lima | 01/09/2015 11:38
Apresentação do Sisnacc reuniu responsáveis pelos órgãos de segurança e defesa civil do Estado. (Foto:Fernando Antunes)
Apresentação do Sisnacc reuniu responsáveis pelos órgãos de segurança e defesa civil do Estado. (Foto:Fernando Antunes)

O CMO (Comando Militar do Oeste) realizou nesta terça-feira (1), um workshop para apresentar o Sisnacc (Sistema Nacional de Comunicações Críticas) aos órgãos de segurança pública do Estado.

O objetivo do sistema é beneficiar a administração pública com uma rede de radiocomunicações que facilita o desenvolvimento de ações públicas a partir do compartilhamento de dados e informações, que podem contribuir tanto no combate ao crime quanto no controle e planejamento de ações em situações emergenciais, como enchentes. A grande vatagem é que o sistema pode funcionar mesmo em condições adversas, como em casos de falhas ou acidentes.

Instalado em 20 cidades brasileiras, das quais 17 capitais, entre elas Campo Grande, o Sisnacc realizará a cobertura de municípios com população superior a 20 mil habitantes, regiões fronteiriças e de interesse das agências públicas.

A  estrutura é equivalente ao sistema de telefonia celular, que trabalha na transmissão de dados e voz de forma ágil, já que a plataforma de comunicação utilizada oferece mais mobilidade e eficácia no gerenciamento de incidentes. O Sisnacc vai disponibilizar faixa de 698 a 806 Mhz na banda larga 4G.

Segundo o coronel Said Brandão Sayd, do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, além de facilitar uma ação integrada entre os órgãos de segurança, o maior benefício em utilizar uma rede de informações compartilhada é a economia dos custos. "Não é possível mensurar a economia, mas quanto mais órgãos optarem em integrar o sistema, mais barato ele fica para todos. É como dividir as despesas em um codomínio, ao invés de pagar sozinho as contas", ressalta.

Sayd também destaca que os equipamentos utilizados também são mais resistentes e podem funcionar sob qualquer tipo de adversidade.

O coronel explica que o atentado a bomba na Maratona de Boston, ocorrido em 2013, é um dos exemplos práticos em que um sistema semelhante foi empregado para o controle das medidas de segurança. “Logo quando a primeira bomba explodiu já foi possível cortar imediatamente todos os sinais de celular para evitar o acionamento de outros dispositivos”, diz.

Para o coronel Deusdete de Oliveira, comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o compartilhamento de informações pelo Sisnacc auxiliaria o governo também nas ações que estão sendo desenvolvidas na área de conflito entre indígenas e fazendeiros, em Antônio João. 

O uso compartilhado de dados também auxiliaria, de forma mais eficiente, por exemplo, uma ação de combate ao crime, onde policiais civis e militares, além da Polícia Federal poderão trocar informações em tempo real, tornando o trabalho mais ágil. 

“Estamos aguardando autorização do Ministério da Justiça para mudar nosso sistema, que hoje opera em faixa de 380 Mhz para a faixa de 800Mgz, utilizada pelo Exército”, ressalta.

Deusdete explica que a Secretaria de Segurança do Estado mantém, há meses, conversas com o Exército para compartilhar as antenas e frequências utilizadas pelos militares e acredita que a futura parceria pode render até 40% de economia nos gastos com investimentos na segurança.

“Hoje nosso sistema de informações funciona apenas ponto a ponto. A partir do compartilhamento de dados com o Exército ele será mais eficaz e econômico. Com a participação de vários órgãos, todos saem ganhando”, afirma.

Confiança - O Sisnacc garante comunicações de voz seguras, flexíveis e confiáveis a todos os órgãos que usufruem do sistema. Esta agilidade foi testada no país em grandes eventos, como a Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Visita do Papa Francisco e a Copa do Mundo.

Um dos suportes do Sistema de Vigilância da Fronteira, a meta do Sisnacc é disponibilizar faixas de radiofrequência em pelo menos 50% do território nacional.

Coronel Said Brandão diz que a economia para os órgãos de segurança pode passar de 50% com a compartilhamento da mesma rede de informações. (Foto:Fernando Antunes)
Coronel Said Brandão diz que a economia para os órgãos de segurança pode passar de 50% com a compartilhamento da mesma rede de informações. (Foto:Fernando Antunes)
Equipamentos utilizados possuem uma resistência maior sob qualquer adversidade. (Foto:Fernando Antunes)
Equipamentos utilizados possuem uma resistência maior sob qualquer adversidade. (Foto:Fernando Antunes)
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