ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Falhas na distribuição de vagas voltam a sufocar a Santa Casa da Capital

Hospital também aponta que acaba absorvendo procedimentos simples, que poderiam ser resolvidos em postos de saúde

Christiane Reis | 10/08/2016 16:24
Falhas na distribuição de vagas voltam a sufocar a Santa Casa da Capital

Os anos passam e os mesmos problemas voltam a dificultar o dia a dia do maior hospital de Mato Grosso do Sul. Atualmente, a Santa Casa de Campo Grande convive com sobrecarga de pacientes em todas as alas, reflexos, segundo a direção, de falhas no sistema que gerencia as vagas disponíveis e de demandas que poderiam ser resolvidas nos postos de saúde, mas vão parar nas mãos da unidade hospitalar.

Na tentativa de resolver o problema, desta vez a Santa Casa pediu socorro à Defensoria Pública. Esta, por sua vez, informou ter instaurado procedimento de apuração preliminar para investigar a superlotação com base em denúncias de pacientes.

Independentemente de quem teve a iniciativa, o fato é que a sobrecarga existe em 477% na ala verde, onde ficam os pacientes que poderiam estar em unidade de saúde; 300% na ala vermelha, destinada à urgência e emergência e 128% na pré-ortopedia.

Na avaliação do diretor-técnico do hospital, Mário Madureira, a situação é recorrente também devido a uma política de regulação equivocada e inadequada. “Não se consegue fazer a distribuição dos atendimentos, só na Capital são três hospitais importantes e a Santa Casa acaba recebendo a maioria dos pacientes”, disse.

Ele acredita que isso ocorre porque 80% do que é feito no hospital é pré-estabelecido. “Isso quer dizer que independentemente da quantidade de pacientes que eu atendo, o desembolso do município será o mesmo”, acrescentou.

A cada mês o valor que a Santa Casa recebe é de R$ 16,7 milhões referentes à parte pré-fixada do SUS (Sistema Único de Saúde). “Este seria um dos motivos, o outro talvez seja a falta de governabilidade”.

Sobre a regulação de vagas, a Secretaria de Estado de Saúde informou que, no que se refere a Campo Grande, a responsabilidade é do município, que assumiu o serviço no dia 1º de julho, definindo, inclusive se pacientes do interior são ou não transferidos à Capital.

Ainda segundo o órgão estadual, o problema não é a regulação, mas a falta de leitos. O serviço que regula as vagas entre os municípios do interior está a cargo do governo do Estado.

Já a Prefeitura informa que, ao ser contatada pelos municípios do interior, distribui os pacientes, que precisam ser transferidos para os três hospitais de Campo Grande. Ocorre que a a Santa Casa acaba absorvendo mais pacientes por normalmente ter mais disponibilidade.

Como solução, o governo do Estado trabalha com a possibilidade de repassar a administração do serviço de regulação para uma OS (Organização Social) de São Paulo. O município já se manifestou contrário à ideia.

Defensoria – A Defensoria Pública instaurou o procedimento de apuração preliminar para investigar a superlotação na Santa Casa em Campo Grande, o que teria sido motivado por denúncias de pacientes. A investigação proposta pelo defensor público Nilton Marcelo de Camargo, integrante do Núcleo Regional de Atenção à Saúde, Direitos das Pessoas com Deficiência e da Pessoa Idosa (Naspi), deve durar 45 dias.

Neste prazo, a Defensoria vai apurar qual o tempo de espera dos pacientes para passar pela triagem e classificação de risco; quais as medidas adotadas pelo hospital em casos urgentes em que não há vagas para atendimento especializado; e, se de fato o hospital tem registrado superlotação.

Nos siga no Google Notícias