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Capital

Falsificação de atestados começou após golpista precisar justificar falta

Luana Rodrigues | 19/05/2015 12:09
Polícia apreendeu carimbos e cópias de atestados falsificados na casa de Jhonatan
Polícia apreendeu carimbos e cópias de atestados falsificados na casa de Jhonatan

Jhonatan da Silva Souza, 24 anos, acusado de confeccionar atestados médicos falsos em Campo Grande, confessou em depoimento na manhã desta terça-feira(19), que praticava a fraude há cerca de três anos. O entregador disse à polícia, que começou o golpe quando precisou de um atestado médico para justificar uma falta no próprio trabalho.

De acordo com a delegada titular da DEDFAZ (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações), Ariene Nazareth Murad de Souza Cury, Jhonatan disse que percebeu a facilidade em fazer as cópias e decidiu vender os documentos. "Ele afirmou que vendia para amigos e conhecidos. Há aproximadamente três anos comprou um papel apenas com a marca d'água do posto de saúde, mas em branco. Fez cópias deste papel e preencheu um deles, que entregou no trabalho. Depois disso, passou a comercializar o documento falso feito a partir da matriz", explicou.

A marca d'água que consta nas cópias utilizadas por Jhonatan, são do Centro Regional de Saúde Dr. João Pereira da Rosa, na região do Bairro Guanandi, que atende urgência e/ou emergência de adultos e crianças. "Ainda vamos investigar, mas ele não soube dizer de quem pegou a primeira folha, contou apenas que conseguiu o número de telefone de uma pessoa, que forneceu o documento", explicou a delegada.

Na casa do suspeito, os policiais encontraram várias cópias de atestados, régua e estilete para cortar as folhas do tamanho idêntico aos atestados, além de um caderno com várias rubricas. "Ele utilizou carimbos e inscrições em nome de três médicos. Para fazer as assinaturas de cada um, treinava as rubricas neste caderno".

Em depoimento, Jhonatan não soube precisar a quantidade de atestados que já falsificou, tampouco os nomes das pessoas que compraram, mas afirmou que cada documento fraudado custava de R$ 20 a R$ 45.

Delegada investiga se há outros envolvidos no caso
Delegada investiga se há outros envolvidos no caso

Falta justificada - Os funcionários que compraram o atestado de Jhonatan, disseram à polícia que estavam em uma festa, quando comentaram que precisavam faltar ao trabalho no dia seguinte. Um dos presentes falou sobre Jhonatan, que na mesma hora foi até o local e vendeu os atestados. "Fica o alerta para todas as empresas que se desconfiarem da autenticidade de qualquer atestado apresentado, podem consultar o CRM/MS, ou procurar a delegacia que nós fazemos a checagem por aqui", ressaltou Ariene.

Segundo a delegada, quatro pessoas foram indiciadas por participação na fraude. Jhonatan, irá responder pelo crime de falsificação de documento público. Já os três funcionários, que trabalhavam em um supermercado e uma empresa de multicanais, responderão pelo uso desses documentos. Se condenados, os envolvidos podem pegar de 2 à 6 anos de prisão e ainda terão de pagar multa.

Entenda o caso - Um investigação da Dedfaz descobriu o esquema de venda de atestados médicos falsos na Capital. O caso vinha sendo investigado desde março e o suspeito de ser o mentor da fraude foi detido na manhã desta terça-feira(19), na cada dele, no Jardim Universitário.

A fraude foi descoberta após os responsáveis por duas empresas procurarem o médico que assinava os atestados de três funcionários. "Eles desconfiaram da legitimidade dos atestados e decidiram procurar o médico, que não reconheceu a assinatura e carimbo utilizado. Ele mesmo veio à delegacia e realizou a denúncia", explicou.

Ainda de acordo com a delegada, com base na cópia dos atentados e nas informações prestadas pelos funcionários que compraram o documentos, a polícia chegou ao nome do suspeito.

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