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Capital

Falta de calçada na área central da Capital deixa pedestres em risco

Paula Vitorino | 09/02/2011 13:13

Mato toma conta de trecho sem calçamento e pedestres têm de andar em meio aos carros

“O jeito é passar pela rua, não tem calçada”, conclui a estudante Thamires Pereira dos Santos, 16 anos, ao responder como faz para percorrer o trecho sem calçamento da alça de acesso que liga as avenidas Mascarenhas de Moraes e Ernesto Geisel – região central de Campo Grande, de tráfego intenso.

No local, a pavimentação da calçada é interrompida no meio da passagem e o mato toma conta do trecho. Como Thamires, vários estudantes de escolas da região têm de passar todos os dias pelo local para fazer o trajeto de volta para casa.

Próximo ao trecho sem calçamento, também fica uma instituição filantrópica que atende crianças e adultos portadores de necessidades especiais, muitos que dependem de cadeiras de rodas ou têm dificuldades de locomoção.

Estudantes de escolas próximas passam diariamente pelo local (Foto: João Garrigó)
Estudantes de escolas próximas passam diariamente pelo local (Foto: João Garrigó)

Sem calçada, a estratégia utilizada pelos pedestres é continuar o trajeto na rua, dividindo o espaço com os veículos.

“Os carros passam muito perto e correndo. A gente tem um pouco de medo, mas não tem o que fazer, porque passar pelo mato não tem como”, diz a estudante Tainara Silva, 14 anos. A garota estuda na Escola Estadual 26 de Agosto e passa pelo local diariamente para retornar a sua residência no bairro São Francisco.

Entre às 17h e 18h - horário de saída das escolas e do trabalho, o movimento de pedestres e veículos na via é intenso. As estudantes Tainá Ifran Rodrigues, 15 anos, e Joice do Carmo da Silva, 15 anos, tentam andar rente ao meio-fio, na tentativa de diminuir os riscos a segurança.

“Nesse pedaço, sem calçada, a gente tenta andar pelo meio-fio e vai cuidando os carros”, contam.

Elas dizem que nunca sofreram nenhum acidente no local, mas Tainá conta que um primo já quase foi atropelado na via. “O motorista parecia estar bêbado e foi pra cima dele, quase pegou meu primo”, lembra.

As meninas ainda contam que o mato alto pela passarela esconde outros riscos, principalmente, quando anoitece. “Já vi várias vezes lagarto por aqui, saindo do mato. Minha mãe fala pra eu ter cuidado ao passar por aqui, pode ter gente escondida aí também, né”, alerta Joice.

Moradores da região passam pelo local para fazer caminhada (Foto: João Garrigó)
Moradores da região passam pelo local para fazer caminhada (Foto: João Garrigó)

Aos redores do trecho da passarela sem calçamento estão localizados diversos condomínios e o local é frequentemente utilizado pelos moradores que fazem caminhada. A alça é a ligação para chegar até a pista de caminhada no prolongamento da Avenida Ernesto Geisel.

“É perigoso isso aí. A avenida é muito movimentada e os carros andam em alta velocidade aqui”, diz o morador do condomínio Indaiá, Pedro Henrique Mizara, 23 anos.

Ele também alerta para outro fator de risco: o trecho sem calçamento fica em uma curva. “O motorista que desce a avenida não consegue enxergar a gente”, frisa.

Lei – De acordo com a legislação municipal, a construção e manutenção das calçadas são de responsabilidade do proprietário do imóvel urbano. A Lei Municipal 2.909 regulamenta que as calçadas tenham no mínimo 1,50m de faixa pavimentada e livre de obstáculos para o trânsito de pedestres.

Entre as outras determinações, estão a de que a via deve atender as normas de acessibilidade e possuir uma faixa de piso tátil. A fiscalização do cumprimento das especificações para as calçadas é de responsabilidade da Prefeitura Municipal, que pode notificar e multar o proprietário do imóvel.

Resolução – A calçada abrange as laterais do condomínio Indaiá e da Funcraf (Fundação para o estudo e tratamento das deformidades crânio – faciais). O trecho sem calçamento fica na parte do terreno do condomínio, conforme é possível verificar no local.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a administração do condomínio Indaiá, que admitiu ser o responsável pelo trecho da calçada.

Ainda de acordo com a administração, a adequação da passarela seria de responsabilidade da Prefeitura Municipal, que teria se comprometido a fazer diversos reparos no condomínio após as obras de prolongamento da Avenida Mascarenhas de Moraes.

Um processo judicial está em trâmite e só após a decisão final é que serão tomadas as devidas providências na área, segundo informaram os responsáveis pelo condomínio.

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