Falta material para diabéticos na rede pública de Campo Grande
Uma paciente diabética, de 31 anos, em Campo Grande, reclama que desde o começo do ano está com dificuldades para conseguir insulina e fitas de medição de glicemia por meio da Rede Pública de Saúde. Além dela, a sogra e a filha de 3 anos sofrem de diabetes e enfrentam a dificuldade, que é generalizada na rede pública.
Segundo a paciente, ela pega o medicamento na rede municipal há cinco anos e a filha passou a fazer o tratamento há 3 meses. “Desde o início do ano percebi que o problema na distribuição dos medicamentos estava com problemas. Por falta de material, a minha sogra passou a comprar insulina”, reclama.
O maior problema é a falta da fita de glicemia, que serve para medir a quantidade de glicose no sangue. Semana passada a paciente tentou pegar o medicamento no CEM (Centro Especializado Municipal), porém estava em falta e foi orientada a buscar no posto de saúde.
“Peguei uma caixinha com 25 unidades, que em quatro dias acabou. Segundo ela, a filha faz quatro medições por dia. Agora a orientação é ligar no CEM para ver se o material já foi disponibilizado.
O órgão que fornece a insulina é o Ministério da Saúde já a fita de glicose é de responsabilidade da Prefeitura. Conforme o Ministério, em junho do ano passado começou a ter dificuldade na distribuição porque a empresa responsável pela importação do medicamento teve problemas com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Ainda de acordo com o órgão, a empresa já se readequou e promete resolver os problemas com a entrega dos medicamentos. Por conta disso, o Ministério da Saúde teve que racionalizar a insulina, antes eles mandavam uma grande quantidade em três em três meses. Agora passou a ser mensal.
A última remessa para Mato Grosso do Sul foi em dezembro do ano passado, quando foram enviados 17 mil frascos para o Estado, que fica responsável pela distribuição para os municípios. Esta quantia, segundo órgão, é suficiente para durar até o dia 28 deste mês, quando será enviado mais 15 mil frascos.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, a falta de seringas para insulina e medicamentos para diabetes foi um fato isolado causado por problemas pontuais na distribuição.
Conforme a assessoria, no estoque da rede municipal consta 60 mil seringas, além de medicamentos diversos para os pacientes, suficientes para abastecimentos da Rede Municipal de Saúde para os próximos 30 dias.
Segundo o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, houve problema de licitação para a compra de 213 medicamentos. No entanto o secretário afirma, que para solucionar a falta de seringas, algumas readequações já foram realizadas.
Números – Em Campo Grande estão cadastrados na Sesau (Secretária Municipal de Saúde) 4.200 pacientes dependentes de insulina de um total de 23.937 pacientes cadastrados que fazem tratamento regularmente de diabetes.
Como o Ministério ainda não normalizou a distribuição, o órgão disse que está procurando atender a todos os pacientes com uma menor quantidade de insulina para que não fiquem sem. Cada paciente recebe um ou dos frascos ao mês, dependendo da quantidade e do número de vezes que fazem a aplicação diária.