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Capital

Família de comerciante assassinado faz protesto para pedir justiça

Luciana Brazil | 26/04/2014 11:49
Isabeli segura cartaz com a foto do casal. (Fotos: Cleber Gellio)
Isabeli segura cartaz com a foto do casal. (Fotos: Cleber Gellio)
Familiares protestaram no cruzamento da Avenida Mascarenhas de Moraes.
Familiares protestaram no cruzamento da Avenida Mascarenhas de Moraes.

Para pedir justiça, familiares do comerciante Rodrigo José Rech, 31 anos, assassinado por um policial civil no dia 24 de março, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, fizeram um protesto na manhã hoje (26), na Avenida Mascarenhas de Moraes, próximo ao local do crime.

Com camisetas brancas e cartazes, eles distribuíram panfletos com o nome do policial que está foragido desde o assassinato. Carlos Roberto Cerqueira, 56 anos, fugiu após balear Rodrigo com quatro tiros; e é procurado pela polícia.

Passados 30 dias do crime, a dor permanece latente, estampada em cada feição. “Parece um pesadelo. Acho que vou acordar e vou ver ele. Nós vamos continuar fazendo manifestações até que ele (Carlos Roberto) seja preso. Não queremos que Rodrigo seja apenas mais um caso”, desabafou a noiva da vítima, Isabeli Francine, 27 anos.

Ela lembrou ainda que os dois planejavam o casamento para o fim do ano. “Estávamos juntos há 11 anos e íamos casar. A gente estava só terminando a casa”, disse. “A impunidade é um câncer que corrói a sociedade. Vamos continuar lutando”, completou.

Para a mãe de Rodrigo o sofrimento e a saudade são maiores a cada dia. “É muita revolta. Meu filho não merecia isso. Não vamos sossegar enquanto a justiça não for feita. Não vamos deixar que fique por isso mesmo”, disse Sirlei Vieira Rech.

Vivendo com medo, a família teme que o policial volte para cumprir a promessa que fez logo após o crime, como contou o irmão da vítima, Roberto José Rech, 29 anos.

Isabeli se emociona ao lembra de Rodrigo.
Isabeli se emociona ao lembra de Rodrigo.
A mãe diz que mal consegue acreditar no crime.
A mãe diz que mal consegue acreditar no crime.

“Ele prometeu voltar para matar o resto da família. Isso consta no depoimento da vizinha que presenciou quando ele entrou no carro para fugir”.

Roberto acredita ainda que o policial tema uma retaliação contra seus filhos. “Ele acha que nós vamos fazer alguma coisa contra os dois filhos dele. Mas não é nossa intenção. Nós queremos justiça apenas”, desabafou Roberto. Um dos filhos do autor está sendo indiciado com cúmplice no assassinato.

Uma das faixas dizia “Esquizofrênico para trabalhar, mas lúcido para matar”, já que Carlos tinha relatos da doença e foi aposentado por invalidez.

A noiva de Rodrigo conta que tem feito tratamento psicológico para suportar a dor, e a mãe relembra com dor o filho que perdeu. "Um homem trabalhador, que só pensava no futuro", diz com saudade.

Caso- Carlos estava aposentado desde 18 de abril de 2000, por invalidez por sofrer de esquizofrenia. Em janeiro deste ano, ele teve o porte de arma renovado pela Polícia Federal (PF).

A PF informou que ele não possuía porte de arma, mas sim registro. Em consequências de algumas ações, foi instaurado um processo de cassação de registro de arma em fevereiro desse ano, conforme informou a PF.

O setor de comunicação da Polícia Federal ainda revelou que Carlos Roberto foi notificado sobre o processo de cassação de registro de arma, mas entrou com recurso de defesa.

Segundo a Polícia Civil, a PF desconhecia os problemas mentais do autor. Dois meses antes do crime, a PC pediu a busca e apreensão do revólver, porém, o pedido foi negado pela justiça.

Rech foi executado com quatro tiros. Conforme o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ele foi atingido por três disparos na cabeça e um no peito. Vítima e autor tinham rixo por conta de um imóvel.

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