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Capital

Família de homem atropelado pede, mas não acredita em justiça

Elverson Cardozo | 04/03/2012 17:50

“Porque é pobre”, justifica uma tia da vítima. Morte de João Balbueno provocou revolta em familiares

Mãe mostra fotos do filho morto em atropelamento. (Foto: Elverson Cardozo)
Mãe mostra fotos do filho morto em atropelamento. (Foto: Elverson Cardozo)
No detalhe, João Balbuena. Homem trabalhava como vendedor ambulante. (Foto: Elverson Cardozo)
No detalhe, João Balbuena. Homem trabalhava como vendedor ambulante. (Foto: Elverson Cardozo)

“Irresponsável”. A definição em uma única palavra é para o motorista que atropelou um homem de 52 anos na madrugada deste sábado (3) em Campo Grande. Quem a profere, enfaticamente, é a mãe da vítima, uma senhora de 86 anos que agora, depois de enterrar o filho, só pede justiça. Apesar disso, familiares não acreditam que algo possa ser feito.

João Balbuena morava com a mãe, Ramona Balbuena, em uma casa simples localizada nas proximidades da antiga rodoviária da Capital. Era vendedor ambulante e sempre saia à noite. Na sexta-feira (3) ele saiu, como de costume, por volta das 18h30, mas não voltou com vida.

João foi atropelado por um carro, por volta das 3h, no prolongamento da avenida Ernesto Geisel, na entrada do Parque Linear Presidente Jânio Quadros, no bairro Nossa Senhora da Conceição.

O condutor, segundo a polícia, deixou o local sem prestar socorro. “Nem com cachorro a gente faz isso”, disse a sobrinha Débora Luana Sandes, de 21 anos, que veio de Porto Murtinho para acompanhar o velório do tio.

“De repente se a pessoa desse auxílio, às vezes ele poderia sobreviver”, acrescentou o irmão, Ramão Balbueno, de 44 anos. “Os policiais me ligaram avisando só às 7h da manhã”, contou.

Inconformados e “despedaçados” com a tragédia, familiares pedem justiça, mas não acreditam que algo possa ser feito. “Porque é pobre”, argumentou Severina Aguilera Sandes, 67 anos, tia de João Balbuena.

Imagem mostra local onde aconteceu acidente: (Foto: Marlon Ganassin)
Imagem mostra local onde aconteceu acidente: (Foto: Marlon Ganassin)

A mãe, de poucas palavras, conta que o filho era um companheiro e tanto. Como não era casado e nem tinha filhos, resolveu morar com ela. Com o pouco que ganhava, ajudava nas despesas da casa alugada, onde residia há mais de 10 anos.

“Ele [o motorista] tirou o companheiro de uma pessoa idosa com a imprudência e irresponsabilidade dele”, finaliza o irmão da vítima.

João Balbuena, ainda de acordo com familiares, era “festeiro” e “namorador”, mas não era de se envolver em confusão e nem tinha problemas com drogas ou álcool. “Era quieto”.

Antes de atropelar e matar a vítima, o motorista do veículo freou o carro por 16 metros. Segundo boletim de ocorrência registrado no dia do crime, no local do acidente há marcas de frenagem até pouco antes do ponto onde o corpo do homem foi encontrado.

A polícia ainda não tem informações sobre suspeitos. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da região central.

Vítima morava com a mãe em uma casa localizada nas proximidades da rodoviária. (Foto: Elverson Cardozo)
Vítima morava com a mãe em uma casa localizada nas proximidades da rodoviária. (Foto: Elverson Cardozo)
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