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Capital

Família de homem com esquizofrenia luta para tirá-lo de posto de saúde

Alan Diógenes | 14/10/2015 17:07
Idoso fica em um leito sozinho e enfermeiros deram cadernos para ele se entretê-lo . (Foto: Alan Diógenes)
Idoso fica em um leito sozinho e enfermeiros deram cadernos para ele se entretê-lo . (Foto: Alan Diógenes)

O descaso com a saúde em Campo Grande não é novidade para ninguém. Mas alguns casos chamam a atenção da população e principalmente dos enfermeiros, que trabalham todos os dias, muitas vezes em plantão de 12h seguidas para atender os usuários da rede pública.

O caso em questão é do aposentado Cícero Sampaio Leite, 54 anos, que sofre de esquizofrenia e está “morando” há 15 dias no CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes. Os médicos e funcionários da unidade alegam falta de vaga no Hospital Nosso Lar ou em um Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

A filha do paciente, a dona de casa Maria José Sampaio Leite, 25 anos, contou que a doença apareceu quando o pai ainda tinha 18 anos. De lá para ca, a família inteira vive uma luta para conseguir um tratamento para o aposentado. “Ele morava na Paraíba com minha irmã, mas ela começou a trabalhar e não tinha condições mais de cuidar dele”, explicou.

A partir daí, o idoso vive a dois anos em Campo Grande com Maria. Mas, nos últimos dias o homem teve uma crise, agrediu o genro e pegou uma faca dizendo que iria “matar a todos”. “Tive que chamar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levaram ele para lá. O local não é adequado e o pessoal quer que eu fique 24h com ele, mas eu tenho cuidar de casa e da minha filha de 3 anos”, comentou Maria.

Filha mostra a quantidade de medicamentos que o pai precisa. (Foto: Gerson Walber)
Filha mostra a quantidade de medicamentos que o pai precisa. (Foto: Gerson Walber)
Cícero chora ao pedir um lugar para ficar. (Foto: Alan Diógenes)
Cícero chora ao pedir um lugar para ficar. (Foto: Alan Diógenes)

A dona de casa não quer colocar o pai em um asilo. Para ela essa hipótese não existe porque é como se fosse um abandono de alguém que “sempre lhe ajudou”. “Não quero que ninguém agrida ele. Não quero que ele fique longe de mim, só quero quero que meu pai tenha o respeito e a dignidade que merce em um lugar que cuidem dele”, disse emocionada.

A denúncia veio dos próprios enfermeiros da unidade que não quiseram se identificar. Ao chegar ao local, a equipe do Campo Grande News foi bem recebida pelos funcionários, que logo apontaram o leito onde o homem está. Eles também querem encontrar um local para o paciente.

Nestes dias em que está no posto de saúde, o homem já caiu várias vezes e teve vários hematomas no rosto. A medicação controlada é dada ao paciente, mas já começa a faltar na farmácia do posto.

A filha Maria José pede que alguém ajude a família encontrando um local para o pai. O telefone de contato é (67) 91342543.

Cícero está internado há 15 dias no posto de saúde do Tiradentes e médicos afirmam não ter vaga em Caps. (Foto: Gerson Walber)
Cícero está internado há 15 dias no posto de saúde do Tiradentes e médicos afirmam não ter vaga em Caps. (Foto: Gerson Walber)
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