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Capital

Família denuncia descaso no atendimento de paciente que estava abortando

Paula Maciulevicius | 22/04/2011 13:42

Segundo familiares, médico chegou a falar que paciente não tinha feto nenhum

A demora e o descaso no atendimento médico da contadora Sônia Paula Delilo, 39 anos, começaram na quarta-feira (20), quando procurou a Santa Casa pela primeira vez. A paciente que estava com 10 semanas de gestação chegou ao hospital com dores e sangramento, mal foi atendida e os médicos a mandaram de volta para casa sem medicação.

Segundo familiares, a dor persistiu e Sônia procurou novamente a Santa Casa na tarde de ontem. O atendimento foi feito por um médico residente e um preceptor, eles teriam olhado a paciente e mal fizeram os exames.

Indignada, a família pedia para que Sônia fosse medicada logo e pelos sintomas de sangramento e dor, a mãe da paciente pediu para que fosse feita a curetagem, procedimento de raspagem que recolhe conteúdo uterino no caso de uma gravidez não evolutiva.

De acordo com a irmã, Vanessa Rodrigues, 30 anos, depois disso o médico disse que não tinha feto nenhum e que já que era um aborto, ele não podia fazer nada.

“Eles fizeram pouco caso, deram buscopan, pediram um exame e mandaram ela para casa. O médico disse que era só ela sentar no vaso e fazer força que saía”, conta.

A família levou a paciente para casa, mas as dores continuaram até que Sônia não estava mais conseguindo andar. Os familiares relatam que tiveram que levá-la no colo e correram para o Hospital Regional (HR).

“Não adiantava levar ela na Santa Casa, eles já tinham mandado ela embora. Ia fazer isso de novo”, fala.

Já no HR, os médicos disseram que não havia vaga, mas que a paciente naquela situação não podia deixar de ser atendida. Espantado, Vanessa relata que o médico perguntava como que a paciente foi mandada embora daquele jeito do Hospital.

“Ela já estava perdendo os sentidos, de tanta dor”, relata Vanessa.

A irmã ainda conta que Sônia foi atendida e fez a curetagem somente dois dias depois de sentir tanta dor e perder sangue.

“Ela podia ter morrido sim, até o segundo médico disse isso. Uma coisa grave e séria assim é de indignar. É a vida de um ser humano”, desabafa.

Sônia realizou o procedimento e continua internada no HR, para uma série de exames.

“Foi pouco caso no atendimento. Esta era a segunda gestação dela, e ela ser atendida desse jeito. Como que ela ia fazer um exame se estava abortando? É de indignar”, finaliza.

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