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Capital

Família diz desconhecer que jovem torturado e morto usava drogas

Filipe Prado | 21/12/2015 17:11
Local onde corpo de Wanderson foi deixado, um terreno próximo a boca de fumo (Foto: Marcos Ermínio)
Local onde corpo de Wanderson foi deixado, um terreno próximo a boca de fumo (Foto: Marcos Ermínio)

A família de Wanderson Martins de Freitas, 38 anos, torturado e morto na noite de domingo (20) no Bairro Oliveira, em Campo Grande, afirma desconhecer o envolvimento do rapaz com drogas. Gilson da Silva de Freitas, 31, foi preso, suspeito da autoria do crime, apontou que a vítima furtou dois gramas de crack de uma boca de fumo, motivando o crime.

Wanderson trabalhava há menos de um ano como marceneiro em uma empresa próximo à sua casa, na Rua João Rezek. Seu cunhado, o empresário Emanuel Ferreira dos Santos, 46, lembrou que o rapaz morava com os pais, em um quarto nos fundos da residência.

“Ele era uma pessoa tranquila, amigo das pessoas. Até onde eu saiba, ele não tinha inimigos”, lembrou o cunhado. Wanderson foi casado, porém recentemente se separou e voltou para a casa dos pais.

Sobre os vícios, Emanuel contou que o cunhado consumia bebidas alcoólicas e fumava, mas a família nunca soube se Wanderson era usuário de drogas. “No bairro, as pessoas dizem que não, e nós também nunca vimos, então não posso afirmar”, comentou o empresário.

“Ele bebia bastante, mas nunca ficou agressivo com as pessoas”, ressaltou. Como ele brincava muito com as pessoas, Emanuel acredita que o cunhado possa ter sido morto por conta de umas dessas “pegadinhas”. “O rapaz que foi preso disse que ele pegou a pedra de crack e colocou no bolso. Não disse que ele havia consumido. Então pode ser que ele tenha feito alguma brincadeira”, suspeitou o empresário.

Emanuel apontou que não sabe o que o cunhado estava fazendo na boca de fumo, se era amigo das pessoas do local.

Emanuel conta que a família desconhece envolvimento do cunhado com drogas (Foto: Marcos Ermínio)
Emanuel conta que a família desconhece envolvimento do cunhado com drogas (Foto: Marcos Ermínio)

Morte – O empresário contou que Wanderson foi visto pela última vez no sábado, por volta das 22h. Ele contava para os pais, que receberia o 13º salário, compraria uma moto e começaria a fazer “bicos”, para conseguir uma renda extra. Após contar os sonhos para eles, foi embora para seu quarto.

Como de costume, a vítima frequentava a casa de Emanuel aos domingos, porém naquele dia ele não apareceu. “Os pais deles perguntaram onde ele estava, mas eu não sabia. Minha sogra afirmou que estava acontecendo algo, porque ele havia sumido e luz do seu quarto estava acessa”, lembrou.

O corpo foi encontrado no domingo, por volta das 20h10. A vítima foi enforcada com pedaço de corda de varal, ferido com vários golpes de faca e agredido a golpes de panela na cabeça até a morte. Depois disso, o trio enrolou Wanderson em dois cobertores, o carregaram em um carrinho de mão e jogaram o corpo no terreno baldio, que fica cerca de 20 metros da casa de Gilson, onde funciona a boca de fumo.

Gilson vai responder por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, tortura, por impedir a defesa da vítima, corrupção de menores e associação criminosa majorada. Ele já tem passagem por roubo, tráfico e amaça. A vítima não tinha ficha na polícia.

Boca de fumo fica a 20 metros do local onde o corpo foi encontrado (Foto: Marcos Ermínio)
Boca de fumo fica a 20 metros do local onde o corpo foi encontrado (Foto: Marcos Ermínio)
"Era um homem bom tranquilo", lembrou a família durante o velório (Foto: Marcos Ermínio)
"Era um homem bom tranquilo", lembrou a família durante o velório (Foto: Marcos Ermínio)
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