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Capital

Família diz que jovem morto após engolir cocaína foi agredido

Mariana Lopes e Paula Maciulevicius | 02/08/2012 23:33
Durante o velório, parentes contestaram versão oficial para morte de jovem. (Foto: Minamar Jr)
Durante o velório, parentes contestaram versão oficial para morte de jovem. (Foto: Minamar Jr)

No rosto e nas mãos, marcas que levaram a família de Lucas Emanuel Rocha da Silva a desconfiar da causa da morte dele. No atestado de óbito e no Boletim de Ocorrência consta que o vendedor ambulante morreu de infarto após engolir porções de cocaína, na madrugada de ontem.

A família contraria a versão da Polícia e acredita que Lucas tenha sido agredido, por causa dos roxos e cortes pelo corpo. Uma das irmãs dele conta que soube da morte pela imprensa e foi até o IML (Instituto Médico Legal) para reconhecer o corpo.

Lá a família deu com a cara na porta, segundo a irmã. “Não nos deixaram ver o Lucas, o legista disse que ele estava com o corpo aberto, por isso não podíamos entrar”, conta.

Segundo a irmã, que não quis se identificar, o médico legista perguntou aos parentes se Lucas era usuário de drogas, se tinha pressão alta e disse que não encontraram cocaína dentro do corpo dele, mas ainda faltavam alguns exames.

“Só vimos o corpo hoje de manhã, no velório”, conta a irmã. O desconforto dos familiares começou desde quando os proibiram de ver o corpo de Lucas e aumentou quando notaram as marcas no rosto e na mão.

No Boletim de Ocorrência, registrado como “morte a esclarecer”, há uma observação de suspeita de tráfico e consta que Lucas teve alucinação, caiu e bateu a cabeça.

“No BO diz que o Lucas foi abordado pelos policiais 01h40, e ele deu entrada na Santa Casa às 03h, já morto, ou seja, ele ficou mais de uma hora nas mãos da polícia. O que aconteceu realmente neste tempo?”, questiona uma amiga da família, que também preferiu não se identificar.

Segundo a amiga, os familiares vão aguardar o laudo do IML e pretendem entrar com ação contra os policias. “O legista falou que a causa da morte foi a overdose, que provocou infarto nele, mas pode ter sido devido a situação que viveu com a polícia”, pontua.

Segundo a irmã, Lucas vendia DVD pirata desde o ano passado e na noite de terça-feira (31), ele teria saído de casa dizendo que ia para a rua trabalhar. “Ele tinha passagem por tráfico, mas não devia mais nada para a Justiça. Só quero que a morte do meu irmão não seja atestada por overdose”, diz a irmã.

Polícia - A Polícia Militar nega que os policiais tenham agredido Lucas e explica que ele tem uma ficha criminal extensa. Em um dos registros consta que em outra situação ele já tinha ingerido entorpecente para fugir do flagrante.

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