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Capital

Família pede na Justiça UTI domiciliar a paraquedista que sofreu acidente

Aliny Mary Dias | 30/05/2013 08:46
Acidente ocorreu no dia 19 de janeiro deste ano (Foto: João Garrigó)
Acidente ocorreu no dia 19 de janeiro deste ano (Foto: João Garrigó)

Quatro meses após o acidente de paraquedas que mudou a vida de Marcelo Vaz da Silva, de 27 anos, a família vive uma nova rotina e busca na Justiça condições para que o segurança possa ser tratado em casa. Marcelo está internado na Santa Casa de Campo Grande desde o dia 19 de janeiro, quando sofreu acidente em Campo Grande.

Com a queda, Marcelo sofreu um choque medular, entrou em coma e ficou internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) da Santa Casa. Depois, foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e no dia 11 de março saiu da unidade.

Atualmente, Marcelo continua internado em uma área chamada ECI (Enfermaria de Cuidados Intermediários), saiu do coma, porém, continua entubado e a única parte do corpo que tem movimentação são os olhos. De acordo com a família, o segurança ainda corre risco de morrer.

Com a nova condição de Marcelo, a rotina dos pais e das duas irmãs mudou. Toda a família se reveza nos cuidados do jovem. Jucimara Vaz da Silva é uma das irmãs e conta que ele depende de ajuda para tudo.

“Ele nunca dependeu de ninguém pra nada, sempre foi independente. Agora para sequer tomar um copo de água ele precisa de ajuda. A vida da família é em função dele”, desabafa Jucimara.

Médicos disseram à família que o choque medular sofrido por Marcelo pode durar até dois anos e meio e, por isso, ainda não é possível saber se o segurança irá perder os movimentos do corpo. “Em março ele passou o aniversário no hospital e está deprimido. Os cuidados têm que ser cautelosos porque ele pode ter queda de pressão”, explica.

Tratamento em casa – Para diminuir os riscos de infecção hospitalar, facilitar a vida da família que precisa estar diariamente na Santa Casa e não pode parar de trabalhar, no dia 10 deste mês os parentes entraram com uma ação na Justiça para que o poder público banque uma UTI domiciliar.

A casa da mãe de Marcelo já foi preparada para receber o filho. Um quarto foi reformado e tudo está pronto para receber o segurança.

Um dos advogados que representa a família, Thiago Augusto Bortuluzi, disse ao Campo Grande News que a ação judicial foi a saída encontrada para que um problema envolvendo divergência entre os médicos e a demora no envio de uma lista de equipamentos para o cuidado domiciliar seja solucionado.

Bortuluzi explica que a equipe médica não entrou em um consenso se Marcelo pode ser cuidado em casa ou não. “Alguns médicos falam que ele pode ir para casa por causa da infecção, outros falam que ele precisa ficar lá. O risco de infecção é muito grande, inclusive, ele já teve esse problema uma vez”, conta o advogado.

Outro assunto da ação judicial é uma lista de equipamentos médicos que deve ser enviada pela Santa Casa para a Justiça, para que a UTI domiciliar seja instalada. “Nós já pedimos essa relação e até agora não tivemos resposta, quando o juiz tiver o laudo dos médicos e essa lista em mãos, aí sim poderemos ter uma decisão positiva ou negativa”, explica o advogado que, surpreso com a velocidade no andamento do processo, acredita que uma decisão pode sair até final da próxima semana.

Investigação – Segundo o delegado responsável pela apuração do caso, Tiago Macedo da 4ª DP da Capital, o inquérito com a causa do acidente que irá definir se o instrutor que saltou com Marcelo teve culpa ainda não tem prazo para ser concluído.

Macedo explica que a polícia depende de um laudo complementar que é necessário em caso de acidentes com lesão graves. “Apesar de estar evidente que a lesão é grave, precisamos desse laudo de corpo de delito. Estamos com problemas relacionados a entraves jurídicos que fazem com que a investigação fique mais complexa”, diz o delegado.

Laudos da Santa Casa e requisições do médico legista fazem parte dos trâmites. Em razão da demorado laudo, o prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito e os outros prazos solicitados por conta de diligências se esgotaram.

Nesses casos o delegado explica que o inquérito tem que ser encaminhado para a Justiça para que seja analisado. Macedo aguarda a devolução do documento e depois espera concluir a investigação no prazo de até 60 dias.

Sobre a responsabilidade do instrutor que estava com o segurança no salto, o delegado explica que o profissional já foi ouvido duas vezes e qualquer penalização só será feita após o fim da investigação. “É uma demora necessária para que nenhuma diligência precise ser feita depois”, completa Macedo.

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