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Capital

Família que perdeu guarda de crianças tenta reverter decisão judicial

Elverson Cardozo | 04/10/2012 19:51
Crianças foram encaminhadas para um abrigo. (Foto: Simão Nogueira)
Crianças foram encaminhadas para um abrigo. (Foto: Simão Nogueira)

Rosana Tognini, de 31 anos, advogada de defesa do jovem de 23 anos que, segundo a justiça, usava os filhos e a imprensa para pedir doações, entrou com pedido de reconsideração da decisão judicial que determinou, na segunda-feira (1), a retirada das crianças da casa onde moravam, no bairro Caiçara II, em Campo Grande.

A advogada informou que entrou com pedido amparada por provas documentais, como laudos médicos, receituários recentes e outros documentos que podem comprovar que os filhos do rapaz estavam, sim, sendo assistidos por ele.

Desde o dia em que pegou a causa – na terça-feira – ela diz ter visitado a residência do jovem e ouvido testemunhas que, além de comprovarem os cuidados do pai, mostraram apoio à família por meio de um abaixo-assinado.

Na tarde desta quinta-feira (4), em entrevista ao Campo Grande News, Rosana comentou a determinação da justiça e apresentou a versão do pai das crianças, mediante a situação relatada pelo poder público.

Segundo a advogada, no dia em que a ordem foi cumprida, a mãe, que estava na casa, não recebeu qualquer documento, apenas a informação de que deveria procurar a Defensoria Pública. A retirada das crianças, disse, abalou a família.

Rosana também rebateu as acusações que pesam contra o rapaz. Afirmou que ele não é usuário de entorpecentes e, para provar inocência, aceita realizar qualquer exame. Na segunda-feira, adiantou, seu cliente será avaliado por um médico psiquiatra.

A advogada disse ainda que o jovem utilizou a mídia para conseguir ajuda voluntária aos filhos devido a situação em que estava vivendo e não para se auto-beneficiar das doações que recebia.

“As vezes que ele procurou a imprensa e a comunidade foi porque recebeu decisão judicial dizendo que ele estava impossibilitado de trabalhar e não podia deixar as crianças com a mãe, que tem problemas de saúde”, explicou.

Sobre situações de negligência denunciadas pelo poder público, como agressões relatadas por vizinhos e familiares, falta de zelo e condições precárias de higiene, Rosana diz se tratar de fatos isolados, que não representam a realidade.

Família mora no bairro Caiçara II, em Campo Grande. (Foto: Simão Nogueira)
Família mora no bairro Caiçara II, em Campo Grande. (Foto: Simão Nogueira)

A intoxicação por medicamento de um dos filhos do jovem, em junho de 2011, é encarado como um “acidente domiciliar”. A família, disse a advogada, já tomou providências para que a situação não se repita.

Ao contrário do que apontam as denúncias, Rosana afirmou que o jovem nunca fugiu do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Se deixou o local, foi porque o filho já havia recebido alta médica, como provam documentos anexados aos autos do processo.

A advogada considera que a decisão judicial levou em conta argumentação conjunta e não a realidade dos fatos. Já que as crianças estavam em situações de risco, questionou, porque não oferecer outra forma de ajuda, como inclusão em programas de assistência social, assistência médica ou creche os filhos para que o rapaz pudesse trabalhar? “Existem formas diversas de acolhimento para ajudar a família”, destacou.

As denúncias à justiça, declarou, podem ter sido feitas por um desafeto do pai com a intenção única de prejudicá-lo.

Rosana Tognini não está cobrando pelos serviços prestados. O pai da criança já havia a procurado antes, para entrar com pedido de aposentadoria para esposa que sofre de epilepsia.

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