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Capital

Família reúne provas para tirar acusado de assassinato da prisão

Viviane Oliveira | 26/05/2013 08:15
Família diz que Marinaldo está pagando por um crime que não cometeu. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Família diz que Marinaldo está pagando por um crime que não cometeu. (Foto: Vanderlei Aparecido)

A família de Marinaldo Magalhães da Silva, de 41 anos, corre contra o tempo para reunir provas e testemunhas de um assassinato que ocorreu no dia 30 de dezembro do ano passado em frente à casa de shows Rancho Country, na rua Agenor Pinto, no bairro Nova Lima, em Campo Grande.

Proprietário do clube há 6 anos, Marinaldo que está preso a quase 5 meses, é acusado pela morte de Luciano Vicente de Souza, de 27 anos, com dois tiros, um no abdômen e outro no tórax. No dia do crime além dele, trabalhavam no local a filha, Gabriella Araújo da Silva, de 19 anos, e a mulher, Luciana Trajano de Araújo, de 38 anos.

Luciana recorda que no dia da confusão houve um desentendimento dentro do salão por volta das 3h. Para tentar acabar com a briga, Marinaldo deu um tiro para cima e três jovens envolvidos na discussão foram colocados para fora do clube: a vítima, Luciano, o irmão, Lucas Vicente de Souza, de 19 anos, e um primo, cujo nome não foi revelado. Porém, a confusão se estendeu para frente da casa de show.

Maryellen Alves de Souza Costa, de 18 anos, que estava no dia, diz que em determinado momento Jean Carlos de Oliveira Ramos, conhecido na região por “Jeanzinho Terror” achou que a confusão era com o amigo, identificado por "Chiquinho", e sacou um revólver. Nessa hora, conforme a família, Marinaldo já havia entrado para o clube.

“Eu ainda tentei evitar a tragédia segurando o braço de Jean, mas não adiantou. Eu vi a hora que ele atirou nos dois irmãos”, diz, acrescentando que, além de Jean, Chiquinho também estava armado, mas foi impedido de atirar por uma amiga.

Após o crime, segundo a testemunha, Jean fugiu na garupa de uma moto, deixando a motocicleta dele no rancho. Luciano chegou a ser socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), mas morreu ainda na ambulância. Já o irmão, Lucas, foi atingido por um tiro na região das nádegas e também foi socorrido.

Ainda na madrugada, Marinaldo chegou a ser encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, mas como testemunha por ser dono da casa de show.

“Ele foi ouvido e liberado. Quando foi por volta das 5h os policiais entraram em casa e o prenderam. Desde desse dia ele está detido no Instituto Penal, onde emagreceu pelo menos 30 quilos. Marinaldo está sofrendo muito por ter que pagar pelo um crime que não cometeu”, conta Luciana.

Marinaldo, que tem passagem por receptação e por furto de energia, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado. A arma usada no crime até hoje não foi localizada.

Revolta - Conforme Luciana houve falha na investigação da Polícia Civil, que não fez perícia no local. Outro erro, segundo ela, duas amigas de Jean, foram consideradas testemunhas chaves no caso. “De 300 pessoas que estavam no local, pelo menos 100 sabem da autoria do crime, mas ninguém denúncia por medo do rapaz, que é conhecido no bairro pela sua valentia”.

De acordo com a defesa de Marinaldo, Marcos Ivan da Silva, o processo está na fase das alegações finais. “Eu já ingressei com três pedidos de liberdade e dois habeas corpus, sem sucesso”, lembra.

Segundo denúncia do Ministério Público, Marinaldo atirou em Luciano e o segurança, Thiago Yashley da Rocha Silva, que está em liberdade, baleou Lucas.

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