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Capital

Família vai à Justiça para obter laudo sobre a morte de gestante em parto

Ricardo Campos Jr. | 17/03/2011 12:25

Advogado afirma que hospital se recusa em entregar documento

Roseleide morreu durante uma cesariana na maternidade Cândido Mariano no último dia 26 de fevereiro. (Foto: arquivo da família)
Roseleide morreu durante uma cesariana na maternidade Cândido Mariano no último dia 26 de fevereiro. (Foto: arquivo da família)

A família de Rose Leide Leite da Silva, 32 anos, gestante morta durante uma cesariana na maternidade Cândido Mariano, vai ter que entrar na Justiça para ter acesso ao laudo necroscópico que revela detalhes da complicação apresentada pela paciente durante a cirurgia, que até agora foi disponibilizada apenas ao hospital.

O advogado Carlos Roberto de Souza Amaro, que representa o marido da vítima Claiton Bogado do Prado, disse em coletiva com a imprensa na manhã desta quinta-feira que até segunda-feira deve entrar com uma medida cautelar de exibição de documento. Segundo ele, a maternidade se recusou a entregar o laudo para o cliente.

“O Claiton vivia em união estável e a ausência da certidão de casamento seria um impedimento para fornecer o laudo”, explicou Carlos Roberto.

De acordo com o diretor clínico da maternidade Benedito Neto, durante coletiva com a imprensa no último dia 4 de março, o documento foi redigido por médicos patologistas e legistas e apontou uma doença rara como desencadeadora das complicações que levaram Rose Leide à morte. Entretanto, por motivos éticos, não divulgaram o nome e sintomas do problema.

Na visão de Carlos Roberto, mesmo com a prova que isenta o hospital de ter cometido erro médico, uma série de inconsistências em procedimentos e na documentação da cirurgia servem de base para uma ação de reparação de danos.

O advogado teve acesso ao atestado de óbito e ao relatório médico da cirurgia, anexado ao prontuário de Rose Leide. Ele afirmou que o cirurgião responsável pela cesariana, que não teve o nome revelado, deixou de citar uma série de acontecimentos, que posteriormente foram constatados preliminarmente pelo legista, colocados no atestado.

Família aguarda o laudo necriscópico que aponta doença rara como a causa da morte de gestante. (Foto: Simão Nogueira)
Família aguarda o laudo necriscópico que aponta doença rara como a causa da morte de gestante. (Foto: Simão Nogueira)

“O choque hipovolêmico está no atestado de óbito e sequer consta essa perda de sangue na ficha. Ele é obrigado a colocar isso no relatório. O laudo não pode divergir o que está aqui”, disse Carlos Roberto.

Ele disse ainda que tão logo o documento esteja nas mãos deles, vai entrar com a ação indenizatória, que entre outras coisas, vai pedir assistência médica e acompanhamento de enfermeiros a Guilherme, filho de Rose Leide, e psicológico quando a criança já estiver em idade de freqüentar as sessões.

Espera - Claiton relatou que Guilherme já teve alta da maternidade, onde chegou a ficar internado após o parto. Junto com a filha mais velha do casal se mudou para a casa da mãe, tendo em vista que trabalha como motorista e precisava de alguém que cuidasse do bebê.

Ainda abalado aguarda o desenrolar da história. “Só a gente vendo o documento para ter uma noção. Não tenho conhecimento do laudo e assim fica difícil”, afirma o marido de Rose Leide.

O Campo Grande News tentou contato com a diretoria da maternidade Cândido Mariano para tratar a respeito do assunto. De acordo com o informado por uma atendente, por causa do horário de almoço não foi possível conversar com a pessoa responsável da diretoria clínica e administrativa do hospital.

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