ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Familiares entregam carta a juiz e denunciam maus tratos a presos

Thiago de Souza | 02/05/2016 15:37
Mulheres denunciam abandono do sistema penitenciário em frente ao Fórum. (Foto: Thiago de Souza)
Mulheres denunciam abandono do sistema penitenciário em frente ao Fórum. (Foto: Thiago de Souza)
Protesto de mulheres seguiu do Fórum até a Praça Ary Coelho. (Foto: Thiago de Souza)
Protesto de mulheres seguiu do Fórum até a Praça Ary Coelho. (Foto: Thiago de Souza)
Mulheres fazem denúncias graves sobre o tratamento dado aos presidiários. (Foto: Thiago de Souza)
Mulheres fazem denúncias graves sobre o tratamento dado aos presidiários. (Foto: Thiago de Souza)

Familiares de detentos do Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, entregaram uma carta a um juiz criminal, que não pode ser identificado, no Fórum de Campo Grande, na tarde desta segunda-feira (2), onde denunciam maus-tratos e, e entre outras questões, a restrição na entrada de alimentos e remédios aos internos. A ato é uma continuidade de uma série de protestos iniciados na semana passada.

Segurando faixas e cartazes, um grupo de 40 mulheres, em sua maioria, mães e esposas de internos, denunciam as dificuldades em dia de visitas, pois nem tudo que elas enviam chegam às mãos dos presidiários. "Só entra dipirona e paracetamol. Quem precisa de antiflamatório fica sem", relataram as mulheres, que disseram não poder se identificar.

Segundo a coordenadora do protesto, que não quis aparecer, a resposta sobre as reivindicações sairão na tarde desta terça-feira.

Para a vendedora Renata Pinheiro, 30, esposa de interno, a denúncia principal colocada na carta, da conta de uma série de agressões físicas sofridas pelos detentos, na ocasião de um treinamento de agentes penitenciários, dia 13 de abril, durante uma operação pente-fino, que terminou com o uso de gás de pimenta, e bombas de efeito moral dentro de duas celas, no Pavilhão 2.

Entre outras reclamações estão a superlotação do presídio e presos que estariam aptos ao regime semiaberto, mas até o momento cumprem pena no regime fechado. "A capacidade alí é para 600 presos, mas tem 2.900", reclamou uma familiar, que não quis se identificar. Ela completou dizendo que o marido convive em uma cela direcionada para 8 presos, mas atualmente está com 23.

Desde a semana passada, os agentes penitenciários fazem uma Operação Padrão no presídio, presssionando o governo do Estado a tomar medidas que aumentem a segurança dos servidores, já que seis deles foram envenedados com raticida, colocado dentro do café dos agentes.

Outro temor dos familiares é de que a greve dos agentes penitenciários, a partir dessa segunda-feira (2), dessa vez por conta de salários, tire o direito à visita dos familiares. Segundo as mulheres, até agora isso não ocorreu. 

"Não estamos lutando contra os agentes, e sim pelos nossos direitos", pontuou uma mãe de detento. "O ideal é que fossem contratados mais agentes penitenciários, isso facilitaria nossa entrada no dia de visita", estimou. 

O grupo seguiu em caminhada do Fórum, na Rua Barão do Rio Branco, até a Praça Ary Coelho, no Centro da Cidade.

Nos siga no Google Notícias