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Capital

Farra no Whats: no presídio, travestis se exibem e pedem droga pelo celular

João Humberto | 24/06/2016 17:29
Travestis presas no IPCG tinham acesso a whatsapp e pediam até drogas por meio do aplicativo, conforme denúncia (Foto: Divulgação)
Travestis presas no IPCG tinham acesso a whatsapp e pediam até drogas por meio do aplicativo, conforme denúncia (Foto: Divulgação)

Grupo de travestis preso na cela 4 do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) tinha acesso a celulares e participava de grupo de WhatsApp divulgando fotos, vídeos e até pedindo para amigos levarem drogas ao local. A denúncia foi feita ao Campo Grande News nesta sexta-feira (24) por travesti, que não quis se identificar, mas disse estar ligada à ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul).

A travesti lembra que o uso de celulares no presídio é crime. Ela alegou que não tem nada contra as travestis que aparecem nas fotos e vídeos, inclusive que são suas amigas, mas que não aprova essa conduta.

Ainda de acordo com a travesti que disse estar ligada à ATMS, a cela 4 comporta de 12 a 16 travestis e a maioria delas usa celulares. Elas participam de grupos de whatsapp e até já pediram drogas a amigos por meio do aplicativo, denuncia a travesti que não quis se identificar.

Selfie feita por travesti em uma cela localizada no Instituto Penal de Campo Grande (Foto: Divulgação)
Selfie feita por travesti em uma cela localizada no Instituto Penal de Campo Grande (Foto: Divulgação)

Pelas fotos e vídeo encaminhados ao Campo Grande News, é possível verificar que os cenários remetem a uma cela e que elas usam celular de forma despojada para descontração e registro de momentos de brincadeira.

Pente-fino – Informada pelo Campo Grande News sobre o fato, a diretoria da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) designou agentes penitenciários para realizarem pente-fino na respectiva cela do IPCG destinada às travestis. Foram apreendidos dois celulares e um carregador.

Os agentes penitenciários usaram banquetas detectoras para localizar os celulares que estavam introduzidos nos corpos das travestis e localizadas as postagens identificadas pelo serviço de inteligência. Os aparelhos telefônicos, de acordo com a assessoria de imprensa da Agepen, serão inspecionados para identificar as pessoas com quem elas se comunicavam, para que providências sejam tomadas.

Seis travestis foram isoladas em celas disciplinares. Também foi aberto um processo disciplinar interno para apuração das devidas responsabilidades e punições cabíveis.

O diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, disse que, além das vistorias constantes em celas e operações pente-fino, a agência vem buscando melhorar o sistema de revistas em visitantes com o uso de aparelhos de detecção, como portais, esteiras de raio x e banquetas detectoras.

Pela fotos é possível verificar que as travestis gostam de fazer poses descontraídas (Foto: Divulgação)
Pela fotos é possível verificar que as travestis gostam de fazer poses descontraídas (Foto: Divulgação)
Celulares introduzidos nos corpos de travestis foram apreendidos nesta tarde na cela 4 do IPCG, além de um carregador (Foto: Divulgação)
Celulares introduzidos nos corpos de travestis foram apreendidos nesta tarde na cela 4 do IPCG, além de um carregador (Foto: Divulgação)

Além dos equipamentos já existentes, informa Stropa, logo após as Olimpíadas, as unidades prisionais do Estado irão receber mais 51 equipamentos de segurança para reforçar o sistema de revistas, ampliando as possibilidades de impedir a entrada de drogas e armas.

A Agepen também viabilizando junto à empresa responsável a ampliação do sistema de bloqueio de celular instalado no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, no sentido de diminuir os pontos de sombras existentes, onde o sinal não é bloqueado. Paralelamente a isso, foi encaminhado pela agência penitenciária expediente à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), solicitando que seja providenciado o “urgente bloqueio de sinais de telefonia móvel dentro dos limites de cada unidade prisional de Mato Grosso do Sul”.

Ofícios também estão sendo encaminhados às empresas de telefonia celular para que cumpram o que determina a lei estadual 4.650, de março de 2015, que determina que “as empresas operadoras do Serviço Móvel de Telefonia instalem equipamentos tecnológicos ou solução tecnológica hábil a identificar e/ou bloquear sinais de telecomunicações e/ou radiocomunicações nos Estabelecimentos Penais e nos Centros de socioeducação do Estado do Mato Grosso do Sul”, solicitando inclusive a cobrança de multa, tendo em vista que os 180 dias previstos para a adequação já se encerraram há algum tempo.

Abaixo o vídeo feito por travestis da cela 4 do Instituto Penal de Campo Grande.

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