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Capital

Filho de vereador fica em silêncio ao depor e é indiciado por homicídios

Luana Rodrigues e Guilherme Henri | 14/10/2016 13:42
Oscarzinho foi preso por porte ilegal de arma de fogo. (Foto: Reprodução/Facebook)
Oscarzinho foi preso por porte ilegal de arma de fogo. (Foto: Reprodução/Facebook)

A Polícia Civil indiciou por duplo homicídio Henri Oscar Ferreira Leite Neto, o “Oscarzinho”, 30 anos, mesmo depois de ele ter ficado em silêncio durante depoimento. O rapaz é filho do vereador de Caracol, Eyde Jesus Rodrigues Leite (PSL) e suspeito de ter participado da morte do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, 36, e do pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, 55, o “Betão”. 

O crime foi descoberto no dia 21 de abril deste ano, quando os corpos das vítimas foram encontrados carbonizados na carroceria de uma caminhonete Toyota Hilux, no lixão da cidade de Bela Vista, distante 322 quilômetros da Capital.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Marcio Obara, da DEH (Delegacia Especializada em Homicídios), o acusado permaneceu em silêncio durante depoimento prestado a polícia, mesmo assim há provas para indiciá-lo.

Oscarzinho, que é estudante de medicina,  foi preso no dia 1º deste mês, em Caracol – a 364 quilômetros da Capital - com uma arma de uso restrito, como suspeito de participar da morte do policial civil e do pistoleiro.

Além do estudante, Guilherme Gonçalves Barcelos, 31, também era investigado e chegou a ser preso em um hotel no centro da Capital no dia 24 de junho, mas no dia seguinte foi encontrado morto enforcado com uma calça jeans, em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos e Resgate, Assaltos e Sequestros).

Segundo o delegado, Oscarzinho está preso no Presídio de Jardim – distante 233 quilômetros de Campo Grande. O inquérito policial sobre o crime deve ser concluído nos próximos dias.

Defesa – Em entrevista ao Campo Grande News, a advogada do suspeito nega qualquer acusação a seu cliente.

Luciana Abou Ghattas disse que Orcarzinho é inocente e só ficou em silêncio porque desde que passou a ser considerado suspeito de ter cometido o crime, vem recebendo graves ameaças a sua própria vida e família.

“Como Betão era pistoleiro, a cabeça dele foi colocada a prêmio. Ficamos sabendo de boatos pelo Whatsapp que estavam oferecendo até R$ 50 mil pela morte dele”, disse a defensora.

Luciana diz que já entrou com um pedido de habeas corpus ao cliente, no entanto, a ação não foi julgada por conta do feriado prolongado. “Tenho certeza que vamos conseguir a liberdade dele”, acredita.

Liberdade negada - Na última segunda-feira (10), a Justiça negou a revogação da prisão preventiva de Oscar. A revogação da prisão pelo flagrante de arma de uso restrito foi negada pelo juiz Vinícius Pedrosa dos Santos no último dia 7. Um dos entraves ao pedido da defesa foi a dificuldade de aferir o verdadeiro endereço do preso.

Ao defender a manutenção da prisão, o MPE (Ministério Público Eleitoral) ataca a versão para a compra da arma. Segundo o promotor Alexandre Estuqui Júnior, o preso trouxe versão “tanto quanto permissiva em audiência de custódia: comprou o revólver de um vendedor de abacaxi”, diz.

A advogada de defesa também nega esta informação, mas não detalha como ocorreu a compra da arma.

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