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Capital

Filhos e dependência financeira impedem que mulheres denunciem agressores

Guilherme Henri | 01/05/2016 14:16
Delegada titular da Deam, Rozely Molina (Foto: Fernando Antunes)
Delegada titular da Deam, Rozely Molina (Foto: Fernando Antunes)

Dos 7.255 boletins de ocorrências que foram registrados em 2015 na Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) de Campo Grande, ao menos 10%, ou seja, 711 das vítimas não desejaram levar o processo à diante.

Os motivos, segundo a delegada titular Rozely Molina, são os que também ainda impedem que outras mulheres procurem a delegacia para denunciar seus agressores: filhos e dependência financeira. “Alguns crimes, como por exemplo, a ameaça ainda necessita do desejo de quem o registra para que o processo seja levado a diante. O problema é que esse crime, no caso das mulheres é o que sempre vem seguido de outros crimes como a lesão corporal ou até mesmo o homicídio”, alerta a delegada.

No entanto, o número não é considerado alto, de acordo com Molina, que ainda ressalta que o fato mostra que as mulheres têm confiado no trabalho da delegacia. Prova disso são os números deste ano que mostram que 208 autores de violência doméstica foram presos em Campo Grande, o que significa que ao menos um agressor é preso por dia.

Neste ano, 6.900 pessoas procuraram atendimento na Casa da Mulher Brasileira. Deles, foram registrados 2.804 boletins de ocorrência e encaminhados 1.189 procedimentos. “Entre o ano passado e este foram registrados seis feminicídios e em todos os casos a autoria foi esclarecida e os acusados levados à justiça”, destaca.

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