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Capital

Fiscalização e alternativas a ônibus fazem uso de passe gratuito cair 16%

Ricardo Campos Jr. | 16/08/2015 09:23
Agetran atribui queda na quantidade de passes do estudante ao uso irregular do benefício (Foto: Fernando Antunes)
Agetran atribui queda na quantidade de passes do estudante ao uso irregular do benefício (Foto: Fernando Antunes)

Quantidade de cartões do Passe do Estudante caiu 16,16% nos últimos oito anos, em Campo Grande. O benefício, que em 2008 contemplava 60 mil pessoas, atualmente abrange 50.354 usuários, conforme a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Para o órgão, a queda se deve ao aumento na fiscalização para combater o uso irregular do vale-transporte.

“Algumas pessoas que não tinham direito à gratuidade conseguiam burlar o sistema. Com o tempo, fomos fechando os vazios. Alguns estudantes emprestam os cartões para colegas ou parentes. Esse problema que buscamos combater cada vez mais”, explica o diretor de transportes da agência, Janine de Lima Bruno.

Segundo ele, no passar dos anos aumentaram os mecanismos de controle para coibir as irregularidades. Nesta semana foi lançado o reconhecimento facial de usuários, que fotografa a pessoa no momento em que ela encosta o passe no validador e arquiva os dados. As informações são analisadas por um programa que compara o rosto do cidadão ao da foto entregue no cadastro.

Bruno lembra que o volume de gratuidades influencia no preço da tarifa, por isso é importante que a população também cobre um uso correto do benefício. “Temos que cuidar para que seja justo para todos”, completa.

Números – Em 2008 havia 60 mil estudantes usando o passe de graça na Capital. A quantia caiu para 52.533 no ano seguinte e para 46 mil em 2010. Houve pequeno aumento nos anos seguintes. Em 2012 eram 48.157 usuários e em 2013, 48.555.

Em 2014, a gratuidade passou a valer também para estudantes de cursos técnicos. Isso fez com que o número de cartões emitidos saltasse para 52.120. Porém, a quantia teve uma nova queda até alcançar 50.354 neste ano.

Estudante teve amigo com passe recolhido por irregularidade (Foto: Vanessa Tamires)
Estudante teve amigo com passe recolhido por irregularidade (Foto: Vanessa Tamires)

Explicações – O ex-presidente da UCE (União Central dos Estudantes) de Campo Grande Jonathan Malaquias foi um dos dirigentes da entidade que mais lutou para a manutenção do benefício, incluindo a ampliação na abrangência de cobertura. Ele concorda que o rigor na fiscalização contribui bastante na queda, mas também aponta outras possibilidades.

“Muitos universitários compram carros ou motos e deixam de usar o benefício. Eu mesmo parei de usar o cartão depois que comprei a minha moto, pois o transporte público em Campo Grande é deficitário”, opina o estudante de educação física.

Para ele, grande parte dos beneficiários do passe são alunos de ensino médio, que ainda não têm outra opção para chegar à escola a não ser de ônibus. “Mas na hora que tiverem condições de ter outro meio de transporte, vão deixar de ter”, opina.

Outro motivo possível para o ex-militante estudantil é a opção dos pais em matricular os filhos perto de casa, onde podem ir a pé ou de bicicleta. “Falta muita segurança”, relata.

Usuários – O estudante Paulo Gomes, 18 anos, tem colegas que tiveram os cartões recolhidos por emprestarem a terceiros. “Ele começou a pagar o passe do bolso ou o pai dele o trazia para a escola. Acho certo recolher se tiver com outra pessoa”, relata.

Juliana Andersen, 16 anos, diz que tem amigas que perderam o prazo para recadastrar o benefício e por isso não o estão utilizando neste ano. “Sobre recolher o cartão em caso de irregularidade, eu acho certo. É bom, porque algumas pessoas o utilizam com intuito ruim”, afirma.

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