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Capital

Força-tarefa investigará rede pública e privada de tratamento do câncer

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 07/05/2013 08:13
Ministro chegou ontem para comandar ação na Capital (Foto: João Garrigó)
Ministro chegou ontem para comandar ação na Capital (Foto: João Garrigó)

O Ministério da Saúde oficializou hoje, por meio de portaria no Diário Oficial da União, a força-tarefa para investigar os serviços oferecidos na rede pública e privada de Campo Grande no setor de oncologia, denunciado há quase dois meses no esquema que ficou conhecido como “Máfia do Câncer”.

No domingo, gravações da operação Sangue Frio, realizada em 18 de março, foi divulgada no Fantástico. Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, veio às pressas para a Capital.

Segundo a portaria 768, auditoria complementar será realizada por 30 dias. O objetivo é manter a “segurança do paciente”. A força-tarefa vai verificar a aplicação das medidas definidas em auditoria realizada em 16 de março de 2011.

Operação - A operação Sangue Frio, da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União), foi deflagrada em março deste ano. Conforme as investigações, o serviço de radioterapia do Hospital Universitário foi desmontado propositalmente pelo ex-diretor José Carlos Dorsa, que foi exonerado ontem (7), para beneficiar o Hospital do Câncer e clínicas particulares do médico Adalberto Siufi, então diretor-geral da unidade e ex-diretor do setor de oncologia do hospital da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Já no Hospital do Câncer era cobrado pelo tratamento de pacientes que já estavam mortos. A auditoria da CGU mostrou que de R$ 25 milhões em contratos na unidade, R$ 11 milhões foram direcionadas a empresas da família dos diretores do hospital.

Conforme o Ministério da Saúde, desde 2010 as duas unidades são monitoradas por suspeita de fraudes e as informações foram repassadas pelo Denasus (Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde) para que a operação fosse realizada.

No HU, são investigadas fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras.

O MPE (Ministério Público Estadual) também investiga a situação do Hospital do Câncer e uma semana antes da operação Sangue Frio havia pedido o afastamento da diretoria da unidade. Empresas ligadas aos diretores prestavam serviço para o hospital, o que foi questionado pelo MP.

O contrato com a Saffar & Siufi Ltda (nome oficial da Neorad), que assinado em 2004, foi rescindido em agosto do ano passado. Contudo, em março de 2013, o Ministério Público recebeu a informação de que a sucessora no contrato foi a Siufi & Saffar Ltda. Apesar dos nomes invertidos, as empresas têm o mesmo quadro societário. Além de Adalberto, a Siufi & Saffar pertence a Issamir Farias Saffar.

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