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Capital

Funcionários pedem socorro para solucionar o caos em S.O.S Abrigo

Viviane Oliveira | 02/07/2013 07:00

Funcionários do SOS abrigo, em Campo Grande, pedem socorro para solucionar a situação crítica da casa que, atualmente, vem abrigando menores infratores junto com crianças vítimas de abusos sexuais, maus-tratos e violência. Além disso, eles denunciam a falta de alimentação adequada, superlotação e as péssimas condições de trabalho.

O problema da falta de abrigo para menores em conflito com a lei surgiu em janeiro deste ano, com o fechamento do Abrigo Oseas (Organização Social Evangélica de Apoio a Sociedade), instalado no bairro Coronel Antonino, local que abrigava apenas meninos, com idade de 12 a 18 anos incompleta.

Segundo uma funcionária, que pediu para não ser identificada por medo de retaliação, a casa era mantida por uma ONG (Organização não Governamental) que recebia verba da Prefeitura, no entanto fechou as portas porque o dinheiro não era suficiente para manter o abrigo.

Por conta disso o SOS Abrigo passou a acolher os adolescentes infratores, inclusive menores que tem no currículo homicídio e estupro, que não tinham para onde ser levados. A casa tem capacidade para 20 crianças, porém já chegou a abrigar 40. Em média 45 funcionários, entre psicólogos, assistentes sociais, professores, guardas municipais e cuidadores trabalham no local.

“Aqui é uma casa de passagem, o certo é acolher por 72h até a criança ser abrigada por um abrigo conveniado com o Município, mas na prática não é isso que vem acontecendo”, diz uma funcionária, acrescentando que crianças sempre dormiram no chão porque a demanda é maior do que se imagina.

As crianças dormem no chão por falta de espaço e segundo a denúncia dormem em colchões molhados de urina. Um funcionário conta que já flagrou um adolescente infrator fumando cigarros e até maconha nas dependências da casa. “Como se não bastasse toda essa situação, a maioria das crianças divide a mesma escova de dente”.

De acordo com a denúncia, um menor infrator atingiu uma criança com um soco, que chegou a desmaiar por conta da violência. Depois da agressão, o adolescente fugiu. “Nós fomos impedidos pela coordenação de fazer boletim de ocorrência, pois o caso poderia vir a público”.

Na semana passada o Conselho Tutelar convocou uma coletiva de imprensa, para expor os problemas enfrentados por eles. Um deles é a falta de um lugar especifico para abrigar adolescente que, por exemplo, é apreendido no fim de semana, já que por lei ele não pode ficar em celas de delegacia.

JustificativaA assessoria de imprensa da Prefeitura informou que atualmente, a unidade de acolhimento possui apenas um adolescente em conflito com a lei, que tem o retorno familiar previsto para esta terça-feira (2). 

Quanto à falta de alimentação, a Prefeitura nega a denúncia e diz que recebe a visita do Ministério Público constantemente e a última foi na semana passada. A respeito das crianças dormirem no chão, o órgão afirma, que a situação ja foi controlada.

Em relação aos colchões, a Prefeitura alega que são trocados temporariamente e os adolescentes infratores não são colocados junto com as crianças em situação de risco. Eles são acolhidos em um espaço nos fundos da casa.

Quanto às condições da Unidade SOS Abrigo, a nota informa que as crianças em medida de proteção serão transferidas para uma nova casa, mais ampla e com estrutura adequada, dizendo que o processo de locação do imóvel deve ser concluído em 30 dias.

Com a mudança das crianças em situação de risco, a atual estrutura ficará disponível para o acolhimento exclusivo dos adolescentes em conflito com a lei.

Abrigos - Em Campo Grande são 9 casas de abrigos que tem convênio com a Prefeitura: Lar Vovó Miloca, Crianças do Brasil em Campo Grande, Lygia Hans, em dois locais, e, Casa da Criança Peniel, em cinco locais.

Esses abrigos atende crianças e adolescentes em situação de risco, que foram encaminhadas pelo Juizado da Infância e da Juventude ou pelo Conselho Tutelar. Elas permanecem nessas casas até que voltem para as famílias ou que sejam encaminhadas para a adoção.

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