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Capital

Furto dos projetores ameaça projeto de digitalização das salas de cinema

encontrados em MS comprometeria mega projeto nacional

Daniel Machado | 04/03/2015 16:55
Diretora da empresa proprietária dos equipamentos conversa com a delegada da Deco, Ana Cláudia Medina. (Foto: Marcelo Calazans)
Diretora da empresa proprietária dos equipamentos conversa com a delegada da Deco, Ana Cláudia Medina. (Foto: Marcelo Calazans)

O furto dos 31 projetores encontrados em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, comprometeria o andamento de um mega projeto nacional do Governo Federal, gerenciado pela Ancine (Agência Nacional de Cinema) em parceria com o BNDES e com a Caixa Econômica Federal, que prevê o fortalecimento da indústria cinematográfica brasileira a partir da digitalização de 2.800 salas de cinema. O prazo de atualização tecnológica estava previsto para o fim de maio de 2015.

“Com o furto desses 31 projetores, não conseguiríamos cumprir o prazo de digitalização de dezenas de salas, principalmente por conta das lentes que, além de fabricadas na Bélgica tem de ser produzidas de acordo com o tamanho de cada sala, as dimensões da tela, a distância do projeto para a tela (tiro). Até por isso, o fabricante só poderia nos entregar as lentes aqui no Brasil novamente em maio, data que todas as salas já deveriam estar digitalizadas, segundo o cronograma”, explicou Suzana Lobo, diretora operacional da Quanta DGT, integradora oficial do Programa Cinema Perto de Você, instituído pela Lei 12.599/2012, sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT).

A executiva esteve hoje na capital sul-mato-grossense acompanhando o trabalho de inventário e transporte da carga furtada no Rio de Janeiro e encontrada em um galpão no Jardim Itamaracá. Três caminhões levarão os 31 projetores (além dos no-breaks, switches, servidores, softwares) de volta para a capital carioca, desta vez com viaturas e escolta armada na frente e atrás dos caminhões.

Após o furto, a joint-venture paulista/carioca trabalha em uma nova estratégia logística para a distribuição dos equipamentos nas 2.800 salas espalhadas pelo Brasil. “A gente nunca imaginou que precisaria de escolta armada para acompanhar esses equipamentos, mas temos milhares de salas de cinema para atualizar tecnologicamente, muitas entregas para fazer e já estamos contratando empresas de segurança para acompanhar essas cargas”, revelou.

Ao todo foram furtados 116 equipamentos no Rio de Janeiro no início do mês de fevereiro, avaliados em R$ 500 milhões, uma parte localizada em Campo Grande, outra (26 kits completos) em Belo Horizonte, Minas Gerais, e outro lote ainda sendo procurado pelas autoridades policiais.

“Há uma investigação em andamento no Rio de Janeiro, outra em Belo Horizonte e outra sendo realizada pelo Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) de Campo Grande. Trata-se de uma organização criminosa especialista no furto de cargas de alto valor financeiro. Mas estamos perto de pegá-los e, por enquanto, não podemos passar nenhuma outra informação que comprometa esse trabalho de investigação”, explicou a titular da Deco, Ana Cláudia Medina.

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