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Capital

Gaeco vai convocar 50 motoristas envolvidos na fraudes das CNHs

Helton Verão | 11/04/2013 18:26
Entre documentos fotos 3x4 que seriam utilizadas na produção de novas CNHs (Foto: João Garrigó)
Entre documentos fotos 3x4 que seriam utilizadas na produção de novas CNHs (Foto: João Garrigó)
Diretor-presidente do Detran-MS afirma não ter nenhum indício de envolvimento de servidores do Detran-MS (Foto: João Garrigó)
Diretor-presidente do Detran-MS afirma não ter nenhum indício de envolvimento de servidores do Detran-MS (Foto: João Garrigó)

Pelo menos 50 condutores envolvidos em fraude de CNHs (carteiras Nacional de Habilitação) vão ser convocados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). As irregularidades foram descobertas na Operação Risco Duplo, realizada ontem no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Em reunião na tarde de hoje (11), o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira repassou ao diretor-presidente do Detran, Carlos Henrique Santos Pereira os documentos com suspeita de fraude para bloqueá-los.

“Em alguns casos, os candidatos talvez não sabiam que se tratava de uma fraude. As autoescolas ofereciam um produto, utilizando o nome do Detran e no final era entregue um documento falso”, comentou o diretor-presidente do Detran.

Segundo Pereira, não existe nenhuma prova ainda de da participação de servidores do Detran de Mato Grosso do Sul. A partir desta sexta-feira (12) a corregedora do Detran-MS, Alexandra Fávaro, vai trabalhar junto na operação para ter acesso aos autos.

“Em um dos casos, um senhor já tinha uma CNH, habilitado nas categorias 'AC' e pulou direto para a 'AE', o que é impossível pelo sistema. Os fraudadores lavaram seu documento com algum produto químico para poder imprimir o novo documento na mesma cédula”, conta Carlos Henrique.

A Gaeco trabalha com o indicio de um vazamento de papel moeda do estado vizinho. Já que um dos motoristas flagrados na fraude possuía CNH com o material original timbrado com o órgão de MT.

O diretor-presidente alerta que para os casos em que motoristas pagaram sabendo da existência da fraude, eles serão julgados por serem cúmplices do crime também.

Certificados de autoescolas que não existiam foram apresentados pelo inspetor da PRF, Tércio Baggio. Em um dos casos o “Centro de Ensino Tecnológico Prudentino” tinha em seu documento a assinatura do município de “Prudentino”. Cidade que nunca existiu.

“Agora vem a parte mais grossa da operação, quando iremos ter que descobrir quem participou da fraude e se sabia que ela acontecia”, ressalta Baggio.

O promotor informou que são 500 documentos falsos, entre CNHs e certificados de curso MOPP (Movimentação Operacional de Produtos Perigosos). Destes, 50 carteiras já foram identificadas. No entanto, os 500 donos dos documentos podem ter a CNH bloqueada, pois exercem a atividade remunerada sem o curso exigido para função.

Conforme o Gaeco, os documentos eram feitos de acordo com pedidos, que, na maioria das vezes, saíam de moradores de 12 municípios do Estado, como Nioaque, Bonito, Jardim, Vicentina, Dourados, Fátima do Sul, Campo Grande e Rio Brilhante.

Esses documentos eram feitos em papéis moedas originais que saíam de Cuiabá, Mato Grosso, onde foi preso o advogado e ex-dono de autoescola Ivan Costa dos Reis. As folhas não foram furtadas do Detran mato-grossense e sim “desviadas”.

Aqui em Mato Grosso do Sul, de acordo com o presidente do Detran, os papéis para CNH ficam em um cofre, vigiado por câmeras 24 horas e ao qual somente duas pessoas têm acesso.

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