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Capital

Greve termina e professores da Reme voltam às aulas na quinta-feira

Thiago de Souza | 24/08/2015 19:59
Presidente da ACP vai aguardar decisão judicial sobre reajuste de 13,01%. (Foto: Fernando Antunes)
Presidente da ACP vai aguardar decisão judicial sobre reajuste de 13,01%. (Foto: Fernando Antunes)

Os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino), que estavam em greve há 90 dias, decidiram pelo fim da paralisação e retornam às aulas no dia 27 de agosto. Mais uma vez a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais daEducação Pública) recusou a proposta do executivo em conceder reajuste aos docentes por meio de um cartão –alimentação, e decidiram que o Poder Judiciário deve julgar a validade ou não da mobilização.

A decisão da Justiça deve sair entre os dias 2 e 9 de setembro. A decisão saiu após uma audiência de conciliação, que começou por volta das 16 horas, desta segunda-feira (24), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

"Se a Justiça vai julgar, não tem sentido permanecer em greve e prejudicar os alunos", disse o presidente da ACP, Geraldo Gonçalves. O sindicalista, entretanto, lamentou o fato de não ter havido acordo com a Prefeitura. "Mais uma vez eles [A Prefeitura] vieram com aquela conversa de não ter dinheiro..." reclamou o presidente. Até o fim da audiência dessa tarde, o presidente da ACP disse que a mobilização continuaria, no entanto a assembleia convocada em regime de urgência decidiu o contrário. 

Já o secretário Municipal de Educação, Marcelo Salomão, disse que recebeu a notícia com muita alegria e falou que "não há vencedores" nesta disputa. "Todos estamos do mesmo lado. Quem ganha são os alunos e o ensino de Campo Grande", ressaltou o secretário. Ainda segundo o titular da pasta, a decisão judicial é um bom caminho, pois ela vai "amparar o prefeito em um eventual crime de responsabilidade fiscal", se referindo a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que estipula um limite prudencial de gastos com a folha de pagamento, que não pode exceder 51,01% do orçamento municipal.

Nesta terça-feira (25), o secretário de Educação e o presidente da ACP vão se reunir para definir um calendário de reposição. A liderança dos professores discute detalhes de um ato público que será realizado no dia 26 de agosto.

A paralisação foi a mais longa da história das escolas públicas municipais de Campo Grande. Com 100 mil alunos, a greve prejudicou 37 escolas, segundo balanço da Semed (Secretaria Municipal deEducação). 333 professores cruzaram os braços, de acordo com o secretário. Das 94 escolas, 57 estavam funcionando normalmente.

No entanto, a ACP estima que a paralisação atingiu parcialmente 50 escolas, sendo que 44 estão funcionando normalmente. A greve começou no dia 25 de maio deste ano e foi interrompida por 15 dias durante as férias de julho.

A greve anterior mais longa demorou 21 dias e ocorreu em 1990, na gestão de Lúdio Martins Coelho. No ano passado, também na administração de Gilmar Olarte (PP), os professores cruzaram os braços por 10 dias.

As outras duas paralisações duraram 24 horas e ocorreram na gestão de André Puccinelli, em 1998 e 2000.

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