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Capital

Grupo criminoso explorava viciados em drogas e 'sumiu' com dez pessoas

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 11/11/2016 11:44
Quadrilha envolvida no esquema foi presa ontem e apresentada nesta manhã durante coletiva de imprensa (Foto: Guilherme Henri)
Quadrilha envolvida no esquema foi presa ontem e apresentada nesta manhã durante coletiva de imprensa (Foto: Guilherme Henri)

Esquema envolvendo tráfico de drogas e exploração sexual que já resultou no desaparecimento de dez pessoas, entre jovens e adolescentes, no Bairro Danúbio Azul, região norte de Campo Grande, foi desmontado pela Polícia Civil. Até hoje, apenas uma das vítimas foi encontrada morta. Os demais, quatro mulheres e cinco adolescentes, continuam desparecidos.

Dez pessoas, oito delas suspeitas de envolvimento nos desaparecimentos, foram presas durante operação na quinta-feira (10) encabeçada pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e DEH (Delegacia Especializada de repressão aos Crimes de Homicídio). A ação incluiu até escavações em busca de um corpo, mas nada foi encontrado.

Os presos são Luiz Alves Martins Filho, "o Nando", de 49 anos, Diego Vieira Martins, Rudy Pereira da Silva, Jeová Ferreira Lima, Jeová Ferreira Lima Filho, Ariane de Souza Gonçalves, Vagner Vieira Garcia, Andreia Conceição Pereira.

Também foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão. Foi aprendida droga, uma arma de fogo e 70 galos de rinha. Os suspeitos foram apresentados na manhã desta sexta-feira (11) durante coletiva de imprensa da Deaij.

Crimes - Conforme a delegada Aline Sinnott, as investigações começaram em setembro deste ano, após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o 'Leleco'. O rapaz foi morto por um jovem que o acusava de sumir com o seu irmão, adolescente que não teve a idade divulgada. Esse garoto em questão foi encontrado morto dias depois.

Por causa desta situação, a polícia descobriu que, além do menino, mais nove pessoas, todas moradoras da região do Danúbio Azul, estavam desaparecidas. O primeiro caso havia ocorrido em 2012.

Até hoje, as vítimas de desaparecimento não foram localizadas e ninguém sabe o paradeiro delas. Durante as investigações, foi detectado que estas pessoas faziam parte de uma quadrilha que agia na região, que cujo o cabeça era Luiz Alves.

Local onde a polícia fez escavação a procura de um corpo (Foto: Julia Kaifanny)
Local onde a polícia fez escavação a procura de um corpo (Foto: Julia Kaifanny)
Organograma sobre os casos de desparecimento no bairro (Foto: Guilherme Henri)
Organograma sobre os casos de desparecimento no bairro (Foto: Guilherme Henri)

Como funcionava - Luiz comandava o esquema de tráfico de drogas. Já Ariane era responsável pela parte da exploração sexual.

Eles aliciavam adolescentes e jovens dependentes químicos para vender droga e se prostituir a troco de pasta base de cocaína. “Eles exploravam a miséria, pessoas com baixa escolaridade e renda, com nível de dependência alto. Que fazem qualquer coisa para conseguir o entorpecente”, diz a delegada Aline. Todos os integrantes da quadrilha também são dependentes químicos.

Segundo o delegado Márcio Obara, já foi comprovado e confirmado que todos os desaparecidos estão ligados com a quadrilha. “As vítimas desapareciam quando queriam deixar o esquema ou se desentendiam com algum integrante do grupo, porém ainda não tem como afirmar se todos estão mortos”, explica.

Ontem, a polícia realizou escavações atrás da Uniderp Agrárias, região da Chácara dos Poderes. A informação era de que uma adolescente estaria enterrada no local.

De acordo com a polícia, as investigações seguem e mais pessoas podem estar envolvidas com a quadrilha. As informações sobre as vítimas desaparecidas serão mantidas em sigilo, disseram os delegados.

O grupo foi preso temporariamente e vai responder por tráfico de drogas, exploração sexual e formação de quadrilha. A delegada explica que o esquema não foi descoberto antes porque Luiz Alves "tocava o terror na região".

"Os moradores que sabiam tinham medo de denunciar”. Agora, com a quadrilha presa, a policia acredita que mais vítimas vão aparecer. Quem quiser denunciar o bando pode entrar em contato com a delegacia pelo telefone 3318-9005.

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