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Artes

Artistas querem ser reconhecido como patrimônio histórico cultural

Jéssica Benitez e Elverson Cardozo | 11/06/2013 16:57
Artistas querem ser reconhecidos como movimento cultural (Foto: Cleber Gellio)
Artistas querem ser reconhecidos como movimento cultural (Foto: Cleber Gellio)

Munidos de cartazes com frases de impacto, um grupo de hippies, que propagam seus trabalhos nas ruas de Campo Grande, querem ser reconhecidos como movimento cultural e patrimônio histórico brasileiro. Para isso, eles estão neste momento na Praça Ary Coelho demonstrando a arte feita por eles e aproveitam para reivindicar audiência pública com o prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP) ou algum representante do Executivo.

Segundo o artista Rafael Lage, 32 anos, que está entre os manifestantes, eles devem se reunir amanhã com o vereador Eduardo Romero (PTdoB), parlamentar conhecido por lutar em prol de manifestos sociais, justamente para solicitar atenção do Poder Público. A exposição artística na Praça, também é uma forma de mobilizar a sociedade na luta pelo reconhecimento da classe.

Além disso, o grupo quer garantir o direito de difundir os produtos em locais públicos, mas são impedidos pela Guarda Municipal por não serem considerados vendedores ambulantes. Aliás, eles ressaltam que a ação de vender a arte não é mera comercialização de mercadoria, portanto, não podem ser equiparados a ambulantes.

“Não existe visão realista e aprofundada do movimento. O que existe são estereótipos. Dizer que a gente é comerciante é reduzir demais nossa importância”, alegou Lage reforçando que a lei utilizada para trabalhadores do Camelódromo, por exemplo, não se encaixa no contexto do movimento.

O grupo defende que constitucionalmente eles têm o direito de ir e vir. Outro ponto reivindicado é o auxílio da Fundação Municipal de Cultura já que o grupo investe na divulgação do Pantanal em suas obras. “Estamos aqui há 30 anos, pelo menos uma conversa (com o poder público) deve haver”, resumiu.

Para bom entendedor – Com cartazes dizendo “Por uma sociedade que eu posse ar quem eu sou”, “Não é comercio é cultura” e “Estamos vivendo ditadura disfarçada de democracia”, o artista Josue Pereira Filho, veio há uma semana de Miranda, 201 km de Campo Grande, para engrossar o coro protestante.

Ao Campo Grande News, ele contou que na semana passada foi abordado por fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). “Eles já vem em nossa direção dizendo: vou te prender por vadiagem”, relatou o rapaz. “Voltamos à ditadura? Perdi meu direito de ir e vir? Essa é uma luta da sociedade”, elucidou.

Durante a manifestação de hoje, o movimento recebeu apoio da população. O militar da reserva, Haroldo Barcelos, 75 anos, disse que essa é a primeira vez que vê algo deste gênero, mas defende que toda reivindicação é válida desde que seja pacifica e para o bem da causa.

Em sua avaliação, porém, alguns oportunistas embarcam no protesto artístico legítimo para tentar tirar proveito da situação. “É justa, mas arrisco dizer que há comerciantes que se juntam a eles somente para vender”, opinou.

Bote – Policiais Militares e Guardas Municipais estão na Praça Ary Coelho para, segundo eles, garantir a segurança. Fiscais da Semadur também se incluem na tropa. Há informações de que eles estão esperando reforço de mais homens para retirar os artista do local, sob a justificativa de que o movimento está infringindo a lei.

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