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Capital

Grupo faz 42 anos dividindo dramas anônimos na jornada contra a neurose

Aline dos Santos | 15/10/2016 16:42
Grupo participa de palestra em evento neste sábado na igreja São Francisco. (Foto: Alcides Neto)
Grupo participa de palestra em evento neste sábado na igreja São Francisco. (Foto: Alcides Neto)

De portas abertas há 42 anos e comemorando aniversário neste mês de outubro, o grupo Neuróticos Anônimos “não é para quem precisa, mas para quem quer”.

A afirmação parte de Fran, nome fictício de um das frequentadoras do grupo padre Heitor Castoldi, que faz reuniões duas vezes por semana na igreja São Francisco, em Campo Grande.

A frase da mulher de 53 anos lembra que é preciso disposição para encarar emoções que atravessam o nosso cotidiano, como raiva, medo, ansiedade, ciúme e pânico. Mas, que numa proporção majorada, podem resultar em doença, incapacitação ou tentativa de suicídio.

“A neurose é uma emoção que interfere no meu comportamento. Que não me deixa viver com uma certa serenidade, tranquilidade e felicidade. Muita gente chega aqui através da depressão, mas tem o medo, ansiedade”, conta Fran. Com histórico de depressão e síndrome do pânico, ela chegou ao grupo há 12 anos e aprendeu a viver 24 horas por vez.

Para quem participa, enfrentar essa jornada se torna menos turbulenta se for dividida com quem vive os mesmos dramas. “Nosso tratamento é ouvir e falar”, diz Fran.

O grupo é aberto para qualquer pessoa, sem exigências religiosa ou financeira. O participante diz apenas um nome, que nem precisa ser o verdadeiro, e passa a ouvir a experiência dos colegas. Se quiser, também compartilha sua história. Também não há restrição a uso de medicamentos e acompanhamento médico. 

Com nomes fictícios, Fran e Ieda compartilham experiência de dramas reais.  (Foto: Alcides Neto)
Com nomes fictícios, Fran e Ieda compartilham experiência de dramas reais. (Foto: Alcides Neto)

Enfrentando depressão pós-parto, pânico e medo que lhe impediam de sair de casa, Ieda conta que foi ao NA no mesmo dia em que soube da existência do grupo.

“Quando eu ouvi neurótico, eu pensei, nesse lugar sentem o que eu sinto. Mas tem pessoa que a palavra neurótico afasta. Eu vim e fui muito bem recebida. Aqui, as pessoas contam a minha história, fui me identificando e fui ficando. Sem perceber, vi que não estava mais com depressão”, diz. Atualmente com 50 anos, Ieda frequenta o grupo há 14 anos.

Quatro décadas – O grupo foi criado em Campo Grande há 42 anos por um casal que, por indicação de um padre, foi a São Paulo para conhecer o AA (Alcoólicos Anônimos).

O método foi adaptado para o NA. Em média, as reuniões têm de 25 a 35 participantes. A igreja São Francisco fica localizada na rua 14 de Julho, 4267.

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