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Capital

Grupo invade terreno da Prefeitura na Ernesto Geisel

Viviane Oliveira e Paula Vitorino | 31/12/2012 13:45
Terreno da Prefeitura, que foi invadido na avenida Ernesto Geisel com a rua da Abolição. (Foto: Luciano Muta)
Terreno da Prefeitura, que foi invadido na avenida Ernesto Geisel com a rua da Abolição. (Foto: Luciano Muta)

Um grupo de pessoas invadiu um terreno da Prefeitura na avenida Ernesto Geisel com a rua da Abolição, na Vila Afonso Pena Júnior, em frente ao estacionamento do Shopping Norte Sul, em Campo Grande.

De acordo com os moradores da região, pelo menos metade de um quarteirão foi ocupado desde a última quarta-feira (26). A outra metade foi invadida há algum tempo e já tem várias casas construídas.

No local há pelo menos 15 homens trabalhando com máquinas, betoneiras e ferramentas. Indagados pela equipe de reportagem eles disseram que foram contratados para a obra no terreno e não poderiam informar nada. “Estamos aqui apenas para trabalhar na construção”, disse um dos homens.

Segundo a funcionária pública Maria Luiza Gomes, 48 anos, que mora em frente ao local, o terreno estava abandonado desde a época que André Puccinelli (PMDB) era prefeito. “Se eu soubesse que era fácil assim tinha entrado antes”, ironiza.

Moradora há 30 anos no bairro, Maria Luiza afirma, que é grande o grupo que invadiu o local. “De um dia para noite eles já levantaram o muro, parece que é gente que tem boa condição financeira”, afirma.

Segundo o presidente do bairro da região do Taquarussu, Marcos Paulo Vieira, a população está indignada com a invasão. “Nós queremos que no local seja construída uma obra para benefício da população porque a área é pública”, disse.

Os terrenos estão sendo divididos em 10 x 20 metros de extensão (Foto: Rodrigo Pazinato)
Os terrenos estão sendo divididos em 10 x 20 metros de extensão (Foto: Rodrigo Pazinato)

Unidade Básica de saúde, Centro de Convivência do Idoso ou uma área de lazer são uma das reivindicações dos moradores. “Esta área era maior. Uma parte já foi invadida há algum tempo”, lamenta Marcos.

“O terreno estava abandonado e tomado por lixo, a Prefeitura já devia ter construído alguma coisa aqui”, destaca outro morador da região, Luiz de Oliveira, 37 anos.

Outra situação de invasão é registrada no bairro Dom Antônio Barbosa, em frente ao aterro sanitário. No local, catadores que trabalhavam no lixão querem formar um novo bairro, que, inclusive tem nome: Mundo Novo. Os lotes estão sendo demarcados com tamanho de 10 metros por 20 metros.

O discurso dos trabalhadores já instalados era de que o novo prefeito concedesse a área para eles. Além dos catadores, outras pessoas engrossam o número de invasores. Elas justificam que estão em busca da casa própria. O lixão foi fechado no último dia 18, após 28 anos em funcionamento.

Como é o caso da trabalhadora da UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos) Zucleide de Souza, 26 anos, mãe de três filhos e grávida de 8 meses. Ela afirma que não tem para onde ir e nem condições de pagar aluguel. “Com o fechamento do lixão estou ganhando menos, não tenho condições de continuar pagando aluguel”. Zucleide é uma das centenas de famílias que invadiram a área em frente ao aterro sanitário.

Durante a solenidade do fechamento do acesso ao lixão na manhã desta terça-feira (31), o Prefeito Nelson Trad Filho, afirmou que vai entrar ainda hoje com uma ação de reintegração de posse dos dois terrenos por meio da Procuradoria Geral do Município.

No último sábado (29) o prefeito eleito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) disse que vai retomar áreas públicas invadidas. “Isso é grave”. Tem betoneira, construção em concreto. “É gente mal intencionada”, afirma, se referindo ao terreno da rua Abolição. Ainda segundo Bernal, a ocupação foi incentivada por políticos, mas não detalhou quais.

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