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Capital

Grupo pinta Obelisco e sugere grafite como pena alternativa a pichadores

Ricardo Campos Jr. | 20/02/2016 10:53
Jovens participaram da revitalização do Obelisco neste sábado (Foto: Alan Nantes)
Jovens participaram da revitalização do Obelisco neste sábado (Foto: Alan Nantes)
Abraço simbólico ao redor do Obelisco (Foto: Alan Nantes)
Abraço simbólico ao redor do Obelisco (Foto: Alan Nantes)

Movimento antipichação organizado pela Prefeitura reuniu cerca de 30 pessoas no Obelisco, na manhã deste sábado (20), para repintar o monumento. O grupo Cebacto (Coisas Boas Acontecem com o Tempo) aproveitou a ocasião para sugerir à Semju (Secretaria Municipal da Juventude) que crie uma espécie de “pena alternativa” para os adolescentes flagrados vandalizando imóveis e espaços públicos, oferecendo a eles um curso de grafite e passem de infratores a artistas.

A lógica do grupo, que já trabalha a manifestação artística há dois anos, é bastante simples. “Esse que é o convite. Às vezes, o pichador tem muito ódio e não sabe se expressar de outra forma”, diz um dos integrantes, Rodrigo Camargo da Silva Pereira, 29 anos, estudante de psicologia.

No passado, ele e os demais colegas chegaram a manchar as fachadas da Capital, mas tiveram essa espécie de passagem que envolve antes de qualquer outra coisa uma mudança de comportamento.

Luan Fioravante, 25 anos, também integrante do Cebacto, escrevia frases ou símbolos nas paredes dos imóveis por saber que era um lugar onde todos iriam notar. “E isso é algo que nós temos no projeto: trazer a cultura de rua para dentro do sistema”, explica.

Em 2015, segundo informações da Guarda Municipal, 49 adolescentes foram apreendidos pichando espaços públicos e privados. De outubro a dezembro foram nove casos. Para o Major Escanaichi, secretário adjunto da Semju e comandante da Guarda Municipal, responsável pela maioria dos flagrantes, a ideia pode ser uma alternativa para reduzir o índice.

“Toda ideia é válida. Essa, principalmente, está focada nesse público alvo que costuma depredar os patrimônios. É uma alternativa”, afirma.

O titular da pasta, Wilton Acosta, prometeu apresentar a ideia ao prefeito Alcides Bernal (PP) e abrir uma discussão com Sérgio Harfouche, promotor da infância e juventude, que poderia dar um encaminhamento para esse projeto. “Tem por objetivo conscientizar sobre o crime de pichação, que confere à cidade um aspecto ruim. A ideia é substituir a pichação pela arte”.

Para incentivar a prática do grafite, o Cebacto também irá grafitar os muros do antigo Cenec Oliva Enciso, ao lado da prefeitura, onde funcionará um Ceinf (Centro de Educação Infantil).

O Obelisco é alvo frequente de vândalos e o mutirão promete revitalizá-lo. A atividade também reuniu adeptos ao skate e outros jovens, que antes de começar fizeram um abraço coletivo simbólico ao redor do monumento gritando frases antipichação. Acosta deu a primeira pincelada, seguido por Escanaichi e os demais participantes.

Quando o trabalho for concluído, o grupo seguirá então ao prédio onde será aplicado o grafite. A ideia é repetir a ideia em escolas públicas e outros prédios da administração municipal. Esses locais ainda não foram definidos.

Após pintura no Obelisco, grupo irá grafitar o antigo Cenec (Foto: Alan Nantes)
Após pintura no Obelisco, grupo irá grafitar o antigo Cenec (Foto: Alan Nantes)
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