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Capital

Há 10 anos, jovem médico vive para o combate ao câncer e "salvar vidas"

Aliny Mary Dias | 27/11/2013 11:49
Fabrício idealizou e comanda o projeto que leva o consultório móvel para cidades do interior (Foto: Marcos Ermínio)
Fabrício idealizou e comanda o projeto que leva o consultório móvel para cidades do interior (Foto: Marcos Ermínio)

Desde os 23 anos ele dedica boa parte dos seus dias ao combate e prevenção do câncer. Idealizador e responsável pelo projeto que fez de um ônibus um consultório itinerante que já percorreu 62 cidades do Estado e atendeu 1,2 mil pacientes, Fabrício Colacino é um apaixonado pela oncologia e faz do trabalho a inspiração para viver.

Fabrício é médico oncologista e tem 33 anos, apesar da pouca idade para os padrões da profissão, o profissional já fez a diferença e convive com a gratidão de pacientes que só descobriram o câncer depois que o ônibus do Hospital do Câncer Alfredo Abrão chegou na cidade.

“Eu fui influenciado na faculdade pelos professores e sempre atuei na oncologia. Terminei minha especialização em Campo Grande e há três anos idealizei esse projeto de levar o tratamento para o interior porque recebia muitos pacientes com o câncer em estado avançado”, explica.

A indignação de começar o tratamento em pacientes com o câncer em estado quase terminal fez com que o médico colocasse equipamentos no próprio carro e viajasse centenas de quilômetros para realizar o trabalho voluntário.

Da carroceria da caminhonete partiu a ideia de colocar os equipamentos em um ônibus e fazer do veículo um consultório itinerante. No início, os atendimentos eram feitos em bairros da Capital, mas há dois anos o ônibus passou a viajar para o interior e o Projeto de Prevenção do Câncer tomou forma.

Novo ônibus já foi comprado e começa a ser usado em fevereiro (Foto: Arquivo Pessoal)
Novo ônibus já foi comprado e começa a ser usado em fevereiro (Foto: Arquivo Pessoal)

Os números são impressionantes. Em dois anos o projeto já fez 822 atendimentos no interior. Para o médico, a satisfação em ver a emoção de um paciente de 90 anos que entrou pela primeira vez em um ônibus para fazer uma cirurgia é indescritível.

“É algo inexplicável. Hoje eu respiro esse projeto porque estou em contato com ele o dia todo e saber que vamos para o interior para cuidar das pessoas é gratificante”, diz o médico.

Se um ônibus já faz o atendimento de forma eficiente, imaginem dois. Pelo custo de R$ 5 milhões, um novo ônibus começará a operar no Estado em fevereiro e será a maior unidade móvel de oncologia do mundo.

“Nós teremos o primeiro mamógrafo móvel e vamos conseguir dobrar nossos atendimentos em todo o Estado”, explica.

Prevenção – Fabrício conta ainda que pesquisas apontam que quando o câncer é diagnosticado no início, a possibilidade de cura é maior que 90%. E além disso, o gasto do poder público e do próprio paciente é menor.

Uma pessoa que está em um tratamento e descobriu o tumor em estado avançado precisa de R$ 100 mil para tratar a doença. Em contrapartida, quando a doença é descoberta no início, o gasto fica em torno de R$ 10 mil.

Rosimeire tem certeza que já está curada (Foto: Marcos Ermínio)
Rosimeire tem certeza que já está curada (Foto: Marcos Ermínio)
José foi diagnosticado durante visita do ônibus (Foto: Marcos Ermínio)
José foi diagnosticado durante visita do ônibus (Foto: Marcos Ermínio)

E descobrir a doença em estado inicial foi o que salvou a auxiliar de serviços gerais, Rosimeire Antoniassi, 46 anos. A mulher é de Aparecida do Taboado e descobriu um tumor no útero há oito meses.

Depois de retirar o tumor, Rosimeire precisou passar pela quimioterapia e hoje está na penúltima fase do tratamento. “É muito sofrimento, o apoio da família é fundamental, mas eu sempre tive certeza que sairia curada. Só falta uma quimio e eu já venci o câncer”, diz a paciente.

Outro que tem confiança na cura é o aposentado José Carlos Machado, 62. Há dois anos José teve um câncer de pele diagnosticado durante uma das visitas do ônibus do projeto de prevenção e hoje faz a quimioterapia toda a semana, pelo menos quatro horas de cada dia são dedicadas ao tratamento.

“Eu passo muito mal e tenho vontade de vomitar com frequência. Mas sei que o tratamento é a minha chance de ser curado e eu acredito nisso”, diz.

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