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Capital

"Não gosto dessas coisas", diz na Polícia homem que matou ladrão

Paula Vitorino | 10/07/2012 11:09

Homem já tinha passagem na Polícia por tentativa de homicídio contra outro ladrão

Homem diz deu paulada em ladrão para não morrer. (Fotos: Paula Vitorino)
Homem diz deu paulada em ladrão para não morrer. (Fotos: Paula Vitorino)

O funcionário de empresa de materiais de construção que matou suposto ladrão a paulada se apresentou hoje à 2ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga o caso e contou que não agrediu com intenção de matar.

Manoel Pereira da Silva, de 50 anos, disse que Robson Alcides Anastácio Sanches, de 30 anos, entrou no depósito da empresa onde trabalha e mora para assaltar, mas também tentou matá-lo.

“Ele entrou no portão com uma faca na mão, corri para dentro do quarto, ele foi atrás e disse que ia matar. Eu pedi para ele não fazer isso, mas aí peguei o pedaço de pau pra me defender”, conta.

O funcionário já tinha passagem policial por tentativa de homicídio contra outro assaltante, no ano de 2006. Ele conta que na época também agrediu para tentar impedir um roubo.

“Quem me conhece sabe que eu trabalho, compro minhas coisas e não gosto desse tipo de coisa”, disse.

Na tarde de ontem, o ladrão morto com paulada morreu com uma faca na mão. Ele tinha passagens na Polícia por roubos, ameaça e outros.

Delegado Weber mostra pedaço de pau utilizado por funcionário.
Delegado Weber mostra pedaço de pau utilizado por funcionário.

Ele entregou na Delegacia o pedaço de pau, de cerca de 1 metro, utilizado para bater na cabeça de Robson. A madeira ainda está com marca de sangue.

Chorando, Manoel disse que sua intenção não era matar o rapaz, mas se defender, e logo depois que desferiu o golpe ligou para o chefe, contando o que tinha acontecido. “Contei que tinha dado uma paulada na cabeça de um homem que tinha tentado me assaltar, mas que não sabia se tinha morrido”, diz.

Manoel ainda afirma que o local era alvo constantemente de assaltos, mas não sabe afirmar se era sempre o mesmo autor. Ele diz que nesta noite o local foi roubado novamente, mas ele tinha ido dormir na casa do cunhado.

O funcionário ainda garantiu que não é usuário de drogas e que não tinha rixa ou sequer conhecia o ladrão.

Punição - De acordo com o delegado Weber de Medeiros, a avaliação preliminar da perícia é de que Robson morreu por traumatismo craniano promovido por uma batida forte, podendo ser um pau.

Ele explica que a Polícia está colhendo depoimentos de pessoas que conheciam os envolvidos para confirmar a versão de Manoel. A investigação também aguarda o resultado das análises da perícia.

O inquérito deve ser encaminhado como homicídio doloso, quando há intenção de matar. Agora, cabe ao juiz definir se agiu em legítima defesa. Manoel deve aguardar a decisão em liberdade.

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