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Capital

Heróis da persistência, comerciantes devem ficar no prédio da antiga rodoviária

Paulo Fernandes e Viviane Oliveira | 16/12/2011 21:01
Com rodoviária desativada há dois anos, muitos comerciantes fecharam as portas e prédio parece abandonado (Fotos: Simão Nogueira)
Com rodoviária desativada há dois anos, muitos comerciantes fecharam as portas e prédio parece abandonado (Fotos: Simão Nogueira)
Representante dos comerciantes da rodoviária, Rosane Nely de Lima vê muitas vantagens na transferência dos órgãos do Judiciário para o prédio
Representante dos comerciantes da rodoviária, Rosane Nely de Lima vê muitas vantagens na transferência dos órgãos do Judiciário para o prédio

Os comerciantes que permanecem com as portas abertas no prédio onde funcionava a antiga rodoviária, em Campo Grande, deverão ser mantidos no local mesmo com a instalação de 15 departamentos do Tribunal de Justiça naquele endereço. Eles contam ter ouvido a promessa do próprio prefeito Nelsinho Trad, que visitou o local há poucos dias.

Sessenta e quatro comércios permanecem funcionando no velho prédio, mesmo com a transferência da rodoviária há dois anos.

A rodoviária, hoje desativada, faz parte da vida de muitos vendedores. Odenilson Alves de Abreu, 41, trabalha naquele prédio desde quando tinha 10 anos. Na época, ele era engraxate; hoje é vendedor ambulante de relógios.

Quando a rodoviária funcionava naquele prédio, ele vendia oito relógios por dia. “Hoje, se eu vender dois é muito. Preciso ir para outros lugares para vender, mas tenho medo de sair daqui, porque é o meu sustento. Espero que o prefeito cumpra a palavra dele. Ele garantiu que ninguém vai sair perdendo”, disse.

Dono de uma lanchonete, Eliseu Fernandes Souza, 49, trabalha na rodoviária há 29 anos. Segundo ele, o prefeito prometeu não apenas manter os comerciantes que permanecem no local, como também indenizar aqueles que fecharam as portas. “Nós estamos esperando. Se for verdade, será muito bom”, afirma.

Ele conta que as vendas caíram 50% depois que a rodoviária foi desativada. “Estamos patinando há dois anos, desde que a rodoviária saiu daqui”, declarou. “Sempre tivemos esperança de que alguma coisa boa viesse para cá”.

Dona do salão de cabeleireiro Master Hair, Maria Aparecida Martins, 32, trabalha há 15 anos no prédio da antiga rodoviária. Ela está animada com a mudança do Judiciário para aquele endereço. “Porque o que vier de melhoria para nós é ótimo”, avalia. “Os comerciantes que estão são os que sempre acreditaram que iria acontecer alguma coisa boa”.

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Representante dos comerciantes da rodoviária, Rosane Nely de Lima, de 44 anos, vê muitas vantagens na transferência dos órgãos do Judiciário para aquele prédio. “O prefeito vai entrar com a desapropriação e o Tribunal de Justiça com a revitalização”, disse.

Os comerciantes, explica, serão colocados em um único pavilhão. Eles terão que passar por curso de qualificação do Sebrae. Outra novidade, é que o prédio passará a ter novamente um terminal das linhas de transporte municipal funcionando.

“Nós sempre tivemos a promessa de que quem permanecesse seria beneficiado. Heroicamente, os comerciantes mantiveram esse lugar aberto até agora”, afirmou.

O secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Paulo Nahas, explicou que a Procuradoria Jurídica do Município está elaborando um decreto de desapropriação de 170 comerciantes para o começo de 2012. “Essas pessoas serão indenizadas. Se discordarem do valor, que ainda será definido, elas têm o caminho da Justiça”, disse.

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