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Capital

Homem de 72 anos atacado por dois pitbulls diz que "nasceu de novo"

Aliny Mary Dias | 18/01/2014 09:25
Nathanael ficou traumatizado após as mordidas na cabeça (Foto: Marcos Ermínio)
Nathanael ficou traumatizado após as mordidas na cabeça (Foto: Marcos Ermínio)

Dez dias após ser atacado por dois cães pitbulls na Avenida Mascarenhas de Moraes, o idoso Nathanael Ferreira da Silva, 72 anos, relembra dos momentos de pânico e afirma ter nascido de novo. Segundo dados do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), a Capital registra média de 250 ataques de cães por mês.

Ainda traumatizado com o ataque, Nathanael relembra as mordidas e a violência com que os cães foram para cima dele. O aposentado explica que tinha acabado de sair de uma agência bancária onde sacou a aposentadoria do mês, na última quarta-feira (8).

Sentado no ponto de ônibus, o idoso esperava o coletivo que o levaria de volta para casa, na Vila Margarida. Além de Nathanael, uma mulher com uma criança também estavam no ponto. Depois de alguns minutos, os dois cães se aproximaram e cheiraram os três.

“Naquela hora eu achei que os cachorros iam morder a criança e tenho certeza que se pegassem, teriam matado”, explica.

Para defender o menino, a mãe jogou um saco de pipocas no cão e aí ele avançou. Foi nesse momento que o idoso se levantou e tentou afastar os cachorros. “Eles já pularam em mim e um começou a morder minha cabeça. Eu fiquei lutando com o outro dando chutes, para que ele não mordesse o meu pescoço também”, relembra.

Idoso ficou com marcas do ataque (Foto: Marcos Ermínio)
Idoso ficou com marcas do ataque (Foto: Marcos Ermínio)

Apesar do ataque, o dia também foi de sorte para Nathanael. Um policial à paisana saía da agência bancária e presenciou o ataque. O militar atirou contra os cães e um deles morreu, o outro foi baleado e levado pelo dono até o veterinário.

Outra viatura da Polícia Militar que transferia presos também passou na Avenida no momento do ataque e conseguiu ajudar o idoso. “Minha sorte foram os policiais, eu não ia aguentar por muito tempo. Tenho certeza que poderiam ter arrancado pedaços de mim e eu poderia ter morrido”, conta, emocionado, o aposentado.

Nathanael foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino. Ele sofreu ferimentos na cabeça e nos braços e hoje se recupera bem em casa.

O psicológico, no entanto, foi o mais afetado pelo ataque. Nathanael ficou traumatizado e não sai mais de casa sem um pedaço de madeira nas mãos. “Todo cachorro que eu vejo, mesmo que seja pequeno, penso estar vindo para cima de mim. Tenho medo e espero que isso passe um dia”, completa.

Números – De acordo com os registros do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), são considerados ataques todas as mordidas ou arranhões que pessoas sofrem por parte dos cães.

Outros números que chamam a atenção são ataques envolvendo animais silvestres. Somados aos ataques de cães, o número chega a 300 por mês. O dado leva em conta ataques de cães, gatos e morcegos.

Segundo o CCZ, o levantamento é feito com base nos registros de entrada de pacientes na rede municipal de saúde. Toda a vez que uma pessoa vítima de ataque é atendida, o centro de zoonozes é acionado e pode acompanhar o caso.

Vítima só sai de casa com pedaço de madeira para se defender de novos ataques (Foto: Marcos Ermínio)
Vítima só sai de casa com pedaço de madeira para se defender de novos ataques (Foto: Marcos Ermínio)
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