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Capital

Hospital "modelo" e sem fila continua ocioso por falta de pacientes

Zana Zaidan | 10/05/2014 08:31
Pelo SUS, tecnologia de ponta é oferecida no hospital (Foto: Cleber Gellio)
Pelo SUS, tecnologia de ponta é oferecida no hospital (Foto: Cleber Gellio)

Inaugurado em agosto de 2013, o Hospital do Câncer de Barretos, que atende pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Campo Grande, ainda realiza poucos procedimentos de saúde. Apesar de passados nove meses, a população desconhece que a unidade já está em funcionamento, acredita a direção sobre a baixa procura.

Por enquanto, são oferecidos exames de papanicolau, conhecido com preventivo, mamografias e ultrassom, tudo pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O hospital tem capacidade para fazer cem preventivos por dia, mas tem feito apenas 40, em média. Por isso, não há filas, não há demora. As mulheres que chegam têm feitos os exames no mesmo dia.

Quanto às mamografias, as 50 vagas disponibilizadas diariamente têm sido preenchidas, no entanto, é possível conseguir um horário no máximo em três dias, afirma a gerente do hospital, Flávia de Almeida Marques.

Recém-construído, a estrutura do hospital é de ponta: o mamógrafo utilizado é digital, o que permite diagnóstico mais preciso, e uma mesa de estereoctomia - tecnologia que que não existe nem na rede particular de Campo Grande, afirma Flávia, permite que biópsias sejam realizadas de forma menos dolorosa para a mulher.

Para se consultar, basta levar um comprovante de residência, RG, CPF e o cartão do SUS. A unidade atende de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas, e fica na avenida Thirson de Almeida, 3.115, no bairro Aero Rancho.

Única na Capital, mesa de estereoctomia traz mais conforto para paciente durante biópsia (Foto: Cleber Gellio)
Única na Capital, mesa de estereoctomia traz mais conforto para paciente durante biópsia (Foto: Cleber Gellio)
Centro cirúrgico do hospital está desativado, por falta de recursos (Foto: Cleber Gellio)
Centro cirúrgico do hospital está desativado, por falta de recursos (Foto: Cleber Gellio)

Convênio – A unidade ainda não tem convênio com a prefeitura, outro motivo apontado por Flávia para a baixa procura. Com isso, mulheres que se consultam com médicos em unidades de saúde do município não são encaminhadas para Hospital do Câncer de Barretos para fazer os exames.

“No entanto, é importante frisar que, mesmo sem passar por um posto de saúde, as mulheres podem procurar o hospital. Oferecemos atendimento completo, desde a consulta com o ginecologista, em seguida, o preventivo e a mamografia e, caso necessário, encaminhamos exames complementares, que dão um diagnóstico específico”, explica.

A documentação para oficializar o convênio chegou ao Hospital na tarde de ontem (9). Com a assinatura da direção e do chefe da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Jamal Salém, os postos de saúde poderão encaminhar pacientes para unidade. “O que não impede que, até lá, as mulheres venham diretamente até nós, mesmo porque oferecemos tudo aqui”, reforça. A demora é herança da administração Alcides Bernal (PP), que não recebeu a diretoria para que o convênio fosse firmado antes, afirma Flávia.

Sem recursos – Mesmo com o convênio, o Hospital do Câncer de Barretos da Capital vai atender de forma voluntária, como é feito desde o começo, ou seja, não receberá recursos do poder público. A prefeitura já adiantou que o incluirá no orçamento de 2015.

Até lá, o instituto é mantido com recursos próprios – R$ 125 mil que vêm de Barretos, e outros R$ 150 mil que a família do pecuarista Antônio Moraes, que doou R$ 12 milhões para construção do hospital, vai repassar até agosto, além de outras doações. Sem verba, parte da estrutura de ponta do hospital se mantém ociosa. São dois centros cirúrgicos desativados, por exemplo.

Desde que começou a operar, 2.586 mamografias e 2.928 exames de papanicolau foram realizados. Até ontem, 11 casos de câncer de mama foram detectados na unidade.

Carreta do Câncer fica nas Moreninhas até o dia 20 (Foto: Simão Nogueira)
Carreta do Câncer fica nas Moreninhas até o dia 20 (Foto: Simão Nogueira)

Carreta – Além da unidade física, o Hospital do Câncer conta com uma carreta, que desde o dia 5 começou a circular pelos bairros da Capital para facilitar o acesso das mulheres aos exames. O primeiro bairro escolhido foi a Moreninha, onde fica até o dia 20 de junho, e apenas pacientes da região podem se consultar. Por lá, a procura também está baixa. Pode realizar 100 papanicolau, mas só realiza metade disso.

O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas. É preciso levar a mesma documentação. Mais informações podem ser obtidas pelo 3304-6600.

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