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Capital

Índios Kadiwéu ocupam 9 fazendas no Pantanal, afirmam fazendeiros

As propriedades localizadas na região do Nabileque estão ocupadas desde quarta-feira (22)

Geisy Garnes | 23/11/2017 18:08
Índios usaram uma viatura do Ibama na ocupação (Foto: Direto das Ruas)
Índios usaram uma viatura do Ibama na ocupação (Foto: Direto das Ruas)

Índios de etnia Kadiwéu acampam desde a tarde desta quarta-feira (22) em pelo menos nove fazendas da região de Nabileque, em Corumbá - a 426 quilômetros de Campo Grande. Segundo produtores, o grupo de aproximadamente 80 pessoas teria iniciado a ocupação na Fazenda Baía da Bugra e ordenado a retirada de gado em outras 11 propriedades.

De acordo com os fazendeiros da região, os índios chegaram as propriedade na tarde de ontem, armados com espingardas e em uma caminhonete do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A ocupação teria começado pela Fazenda Baía da Bugra e se espalhado por outras oito, entre elas a Limoeiro e a Ressaco, que em 2013 também foram alvo de ocupações.

Ainda conforme os fazendeiros, após montarem acampamento, os índios visitaram os outras quatro fazendas anunciando a ação e “dando prazo para os moradores retirarem os pertences e os gados da propriedade”. Nesta tarde os proprietários das 12 fazendas se reuniram e decidiram levar o caso a Polícia Federal.

“Amanhã vou a Corumbá e vamos registrar um boletim de ocorrência em nome dos 12 produtores na Polícia Federal”, explicou o advogado do grupo, Carlos Souza. Há anos, os Kadiwéu reivindicam 155 mil hectares do condomínio de fazenda, localizado no pantanal, entre a Serra da Bodoquena e o Rio Paraguai.

Grupo de 80 índio estaria armado (Foto: Direto das Ruas)
Grupo de 80 índio estaria armado (Foto: Direto das Ruas)

Carro oficial - Ao Campo Grande News, o superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Dorival Betini, explicou que a caminhonete usada na ocupação era cedida e uma aldeia da região no projeto Prevfogo. “A informação que chegou para gente, dessa situação, é que o índio responsável pelo veículo foi forçado a participar da ocupação”.

Betini explicou que um grupo brigadistas da aldeia foi treinado e que a caminhonete deveria ser usada na prevenção e combate aos incêndios florestais, mediante assinatura de um contrato, que vence no dia 30 deste mês. Por conta do uso indevido do veículo, o documento não será renovado. “Estamos indo buscar a caminhonete", explicou o superintendente.

Segundo Betini, além do Ibama, a Funai (Fundação Nacional do Índio) acompanha o caso e negocia a desocupação. A reportagem não conseguiu contato com o coordenador regional Paulo Rios.

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