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Capital

Invasão fica 35% menor, mas famílias continuam em área pública na Capital

Helton Verão | 10/04/2013 10:10
Invasores continuam em área pública (Foto: Simão Nogueira)
Invasores continuam em área pública (Foto: Simão Nogueira)

Três meses se passaram e invasores seguem instalados em uma área pública no Jardim das Hortênsias, em Campo Grande. O número de barracos teve redução de 35% desde janeiro, mas cerca de 200 famílias continuam acampadas em uma área pública. Logo após assumir o mandato, o prefeito Alcides Bernal (PP) prometeu retira-los da região, mas o despejo não aconteceu até hoje.

No início, 310 famílias ocupavam o local, hoje, cerca de 200 seguem instaladas. Gambiarras nas instalações elétricas garante o fornecimento de luz para os invasores. Duas bicas d’água abastecem as famílias. Elas aguardam uma promessa do município, de que vão receber casas populares. 

“Contratamos um advogado que garantiu a nossa permanência aqui. A Prefeitura prometeu dar preferência a nós na escolha por uma casa popular, mas que ainda terão que construírem elas. Pediram para esperar de um a dois anos”, comenta soldador Maurílio Felício, de 26 anos.

Pai de dois filhos, uma adolescente de 13 e outro de cinco anos, Maurílio morava com a mãe no Aero Rancho. Devido as dificuldades financeiras, ele decidiu montar um barraco no terreno. O soldador trabalha de forma autônoma e tem dificuldades no mercado de trabalho por ser soro positivo.

Maria de Deus, de 61 anos, morava próximo da região ocupada. Como o trabalho como empregada doméstica não foi suficiente para pagar o aluguel, ela decidiu aderir a invasão. “Não tinha mais como pagar aluguel, tenho três filhos, todos casados, inclusive uma delas também está morando aqui em outro barraco”, conta Maria.

Segundo os sem teto, no início da ocupação, muitos aproveitadores, na esperança de conseguir algum benefício, montaram barracos ali, mas só quem realmente precisa continua debaixo das residências construídas de forma precária.

Os invasores dizem estar ali para que sejam “vistos” pela Prefeitura Municipal. Segundo eles, várias famílias com pouco tempo de cadastro junto a Emha (Empresa Municipal de Habitação) conseguem “misteriosamente” em meses serem contemplados, enquanto a maioria dos invasores já está inscritos há mais de cinco anos.

O cumprimento de reintegração de posse estava marcado para 7 de fevereiro. No entanto, a "assessoria jurídica" dos invasores conseguiu suspender a reintegração de posse.

Nos últimos dias, apenas a Vigilância Sanitária compareceu ao local e questionou sobre se houve assistência social do município.

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