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Capital

Invasores cumprem ordem judicial e desocupam terreno nas Moreninhas

Aline dos Santos e Paula Vitorino | 08/06/2011 10:35
Decisão da justiça foi cumprida hoje. (Foto: Simão Nogueira)
Decisão da justiça foi cumprida hoje. (Foto: Simão Nogueira)

Sob os olhos de 30 guardas municipais e 12 policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), famílias invasoras cumpriram decisão da justiça e deixaram o terreno na Moreninha 3, que pertence à prefeitura de Campo Grande.

A área tem 25 hectares e há 17 anos é utilizada como horta. Ciente da decisão de reintegração de posse, o grupo ficou reunido no terreno durante a manhã, aguardando a presença do oficial de justiça.

Pouco depois das 9h, chegaram dois oficiais de justiça, a Guarda Municipal, a Cigcoe, representantes da Emha (Agência Municipal de Habitação), além de seis caminhões. Os invasores receberam o prazo de uma hora para sair. Antes das 10h, eles desistiram e começaram a desmontar os barracos. Os pertences das famílias foram retirados em caminhões.

A maioria invocou o sonho da casa própria para justificar a invasão. “Sabia do risco. Mas era uma esperança de ter casa”, justifica Fabiane Pacheco, de 27 anos, que afirma ter cadastro na Emha desde 2000.

Agora, ela amarga prejuízo. “Comprei folha de madeirite à prestação para construir minha casa”, conta. Fabiane, que tem um filho de um ano, vai voltar a morar com mãe.

Já Eliane Luiza da Silva, de 40 anos, relata que estava no terreno há dois meses. O barraco já estava de pé e servia de residência para ela, duas filhas, um neto e um irmão deficiente visual. Eles moravam de aluguel. “Não sei o que fazer. Vou tentar deixas as coisas na casa de uma irmã”, diz Eliane.

Conforme o líder da associação de horti-fruti granjeiro, Sebastião Martins Vieira, o “Tião da Horta”, explica que 65 famílias já residiam no terreno, com autorização da prefeitura, mas a notícia de que seriam construídas casas levou à invasão de outras 150 famílias.

Famílias tiveram uma hora para deixar terreno invadido. (Foto: Simão Nogueira)
Famílias tiveram uma hora para deixar terreno invadido. (Foto: Simão Nogueira)

Revolta - As 65 famílias, cadastradas pela Emha, não serão retiradas. A situação gera revolta entre os demais ocupantes, que se apresentam como trabalhadores na horta. “Aqui não tem nada de invasores. Quem está aqui já era trabalhador da horta”, defende Shyrlei Martins, de 40 anos.

Conforme Sebastião, o grupo queria que a prefeitura loteasse e vendesse os terrenos.

Segundo o presidente da Emha, Paulo Matos, serão construídas 486 casas populares para atender a demanda da região, que irão gerar 2 mil empregos durante a obra, que será realizada pelo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) II.

Serão investidos R$ 24 milhões na construção das casas, pavimentação asfáltica, implantação da rede de água, esgoto e energia, além de equipamentos urbanos como praças, creches e escola.

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