ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Invasores de condomínio bloqueiam rua para protestar contra fim de "gato"

Ricardo Campos Jr. | 30/07/2015 14:11
Crianças participaram de bloqueio para protestar contra corte de luz (Foto; Vanessa Tamires)
Crianças participaram de bloqueio para protestar contra corte de luz (Foto; Vanessa Tamires)

Famílias, que há 17 anos ocupam um condomínio abandonado em Campo Grande, reclamam do corte no fornecimento de energia e chegaram a bloquear, em tom de protesto, a rua Jamil Basmage, no Bairro Mata do Jacinto. Eles assumem o uso de ligações clandestinas para ter acesso à eletricidade, mas garantem que tentam regularizar a situação há 10 anos.

“Nós já conseguimos e estamos pagando pela água. A luz é na base da gambiarra, mas estamos pedindo a regularização. Nós queremos pagar”, afirma a cozinheira Cléria Mari Souza de Lima, 36 anos, que está à frente da situação.

Segundo ela, a empresa que estava erguendo o prédio não deu conta de terminá-lo. Aos poucos, a população começou a tomar conta do local e os moradores fizeram até algumas melhorias, como terminar o muro e colocar portão. Atualmente, 53 famílias vivem no empreendimento.

A construtora entrou com ação de reintegração de posse e o grupo, na defesa enviada à Justiça, pediu a posse por usucapião. O processo ainda não teve um desfecho.

“Nós sabemos que isso aqui não é nosso, mas antes era um ninho de vagabundos. Assumimos até uma dívida de água que havia. O valor foi dividido entre todos os moradores. Só queremos dignidade”, pontua.

Luciana diz que precisa fazer inalação no filho com a Síndrome de Down (Foto: Vanessa Tamires)
Luciana diz que precisa fazer inalação no filho com a Síndrome de Down (Foto: Vanessa Tamires)
Zuzilei diz que guarda remédio para a filha na geladeira (Foto: Vanessa Tamires)
Zuzilei diz que guarda remédio para a filha na geladeira (Foto: Vanessa Tamires)

Transtornos – A falta de energia não apenas incomoda como preocupa os moradores do condomínio. Há vários doentes no local que precisam manter remédios refrigerados e outros fazem inalações periódicas.

É o caso da auxiliar de serviços-gerais Luciana Vieira, 23 anos. O filho de 8 meses dela tem Síndrome de Down, problemas cardíacos e pulmonares. “De quatro em quatro horas ele tem que fazer inalação. Sem energia, não tem como. Vou ter que fazer na cada da minha mãe”, afirma.

O mesmo ocorre com Zuzilei Oliveira, 29 anos, dona de casa. “Minha filha tem asma e depende de inalação três vezes ao dia e o remédio tem que ficar na geladeira. Aqui ninguém quer ficar no ‘gato’. Já estamos pagando água, se cobrasse a luz, também iríamos pagar”, afirma.

A Energisa foi procurada para falar sobre o corte que pôs fim ao "gato" no condomínio, mas não retornou ao email até a publicação desta matéria.

Corpo de Bombeiros e Polícia Militar foram ao local do protesto na hora do almoço desta quinta-feira (Foto: Vanessa Tamires)
Corpo de Bombeiros e Polícia Militar foram ao local do protesto na hora do almoço desta quinta-feira (Foto: Vanessa Tamires)
Nos siga no Google Notícias