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Capital

Investigados pela Coffee Break finalizam defesas neste fim de semana

Alberto Dias | 16/07/2016 14:09

O fim de semana será de revisão e finalização das defesas de políticos e empresários indiciados na Operação Coffee Break, sobre a acusação de complô que culminou na cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em 2014. Os textos devem ser apresentados a partir desta segunda-feira, cumprindo o prazo de 15 dias estipulado pela justiça após a notificação.

Alguns vereadores investigados informaram ao Campo Grande News que as defesas já estão prontas. É o caso de Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), Eduardo Romero (Rede), Mario Cesar (PMDB) e Otávio Trad (PTB). Outros reclamam do prazo curto e pediram a dilação do prazo para responder aos questionamentos, como a origem de depósitos e cheques creditados na conta corrente dos investigados.

O vereador Edson Shimabukuro (PTB) é um deles. Ele aponta que não conseguiu identificar a procedência de vários cheques e depósitos feitos em 2013. "São valores baixos, que não chegam a R$ 1 mil, e faz muito tempo", justifica o petebista.

Histórico - Com 361 páginas, a denúncia foi entregue pela Procuradoria-geral de Justiça em 31 de maio ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de MS) e tramita sob segredo de justiça. O texto, analisado pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, cita 24 pessoas, incluindo 14 vereadores e o vice-prefeito à época, Gilmar Olarte (Pros), que assumiu o cargo de chefe do Executivo na ocasião.

A lista é encabeçada pelos empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos, João Baird, e João Amorim. Também preparam suas defesas o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o ex-prefeito da Capital Nelson Trad Filho (PDT). Alguns respondem por dois tipos de crimes: associação criminosa e corrupção.

No grupo “associação criminosa” estão aqueles que teriam organizado e planejando as ações para que o esquema para a cassação do prefeito desse certo. Já os que foram denunciados por “corrupção ativa” seriam os responsáveis pelo trabalho a campo, de conversar com os vereadores para convencê-los a votar pelo afastamento de Alcides Bernal.

Para isso, teriam oferecido aos políticos vantagens financeiras e cargos na administração do vice-prefeito Gilmar Olarte, caso ele assumisse a Prefeitura. Já os vereadores foram denunciados por “corrupção passiva”, por terem aceito as vantagens para votar pela cassação de Bernal. Na sessão do dia 12 de março de 2014, dos 29 vereadores apenas 6 votaram contra o afastamento do prefeito – os outros 23 foram favoráveis.

Alcides Bernal acabou sendo cassado e retornou ao cargo no dia 25 de agosto do ano passado, no mesmo dia em que a a Operação Coffee Break foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Segundo o procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, as investigações tiveram início a partir do compartilhamento de informações da Operação Lama Asfáltica, realizada no dia 9 de julho do ano passado pela Polícia Federal, CGU (Controladoria-Geral da União), Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal). Segundo ele, as investigações apontam “conluio e conjugação de esforços” para a cassação de Bernal. Os vereadores teriam sido cooptados a votarem pela cassação, recebendo em troca dinheiro e cargos na Prefeitura.

Núcleos – Na esfera associação criminosa, os denunciados são: Gilmar Olarte, João Amorim (empresário), João Baird (empresário), Mario Cesar (vereador), Fábio Machinsky (empresário), Airton Saraiva (vereador), Flávio César ( vereador), André Puccinelli ( ex-governador), Nelson Trad Filho (ex-prefeito), Luiz Pedro Guimarães (empresário), Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), André Scaff (procurador da Câmara) e Carlos Naegele (empresário).

Na corrupção ativa, foram denunciados: Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mario Cesar, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Na corrupção passiva, a denúncia é contra 11 pessoas: Edil Albuquerque, Carlos Augusto Borges (Carlão), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Eduardo Romero, Jamal Salém, João Rocha, Alceu Bueno, Otávio Trad, Paulo Siufi e Waldecy Batista Nunes.

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